segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Poupança, CDB ou fundos de renda fixa?

A poupança é a forma mais comum e tradicional do brasileiro guardar dinheiro, "investir". Seu grande atrativo é a simplicidade e segurança. Num país onde grande parte da população tem dificuldades até de ler e interpretar textos, a tarefa de investir o suado dinheiro no mercado financeiro aparenta exigir grande grau de complexidade.

De fato, existem produtos extremamente complexos, mas o sistema financeiro também apresenta produtos mais simples e mais rentáveis que a famosa caderneta de poupança.

Meu objetivo com este artigo é discutir de forma simples e objetiva as diferenças, vantagens e desvantagens de outros dois produtos: Certificado de Depósitos Bancários (CDBs) e os Fundos de Renda Fixa, acessíveis aos pequenos investidores a partir de R$ 100,00.

Nos CDBs, o investidor empresta o dinheiro ao banco que o remunerará de forma pré-fixada (combinando uma taxa no início da operação) ou de forma pós-fixada, geralmente atrelada ao CDI (Certificado de Deposito Interbancario - taxa em que os bancos realizam suas transações com base na SELIC). Ao final do período acordado, o banco devolve o dinheiro do investidor mais juros.

Já nos fundos de renda fixa, os administradores juntam o dinheiro de centenas de pequenos investidores para aplicar em títulos pré ou pós fixados de governo e/ou empresas, CDBs de bancos privados ou públicos, debentures e tudo o mais considerado renda fixa.

Feita esta breve descrição de cada produto, vamos às vantagens e desvantagens de cada um.

Segurança

Tanto a poupança quanto os CDBs apresentam praticamente o mesmo nível de risco, muito baixo. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que até recentemente garantia aplicações até R$ 20 mil, agora passa a garantir até R$ 60 mil. Isto quer dizer que se o banco quebrar/falir ou algo do genero, se você tiver menos que R$ 60 mil aplicados o FGC cobre suas perdas. Tal valor engloba a grande maioria dos aplicadores o que garante tranquilidade no investimento em CDB e poupança.

Já nos Fundos de Renda Fixa, os riscos são um pouco maiores, ainda que baixos. Poderia acontecer de o governo dar o calote e não honrar com seus compromissos. Ou alguma empresa falir e não honrar com suas debentures, ou ainda um grande banco quebrar e não liquidar as debentures, mas estas hipoteses tem baixa probabilidade de acontecer. Mesmo que o banco responsável pela administração do fundo quebre, o patrimonio daquele fundo não tem relação nenhuma com a do banco e não deveria ser afetado. Teoricamente deveria ser assim, mas o banco poderia operar de forma fraudulenta e prejudicar seus clientes. Por todos estes motivos os riscos em fundos são um pouco mais altos, ainda que baixos.

Facilidade

Embora aparentemente simples de investir em qualquer uma das três modalidades, na prática a poupança é a mais simples de ser entendida. Não há tributação, o governo garante, não há diferenças nas rentabilidades de banco para banco, além de um longo histórico de existência.

Como explicar para uma pessoa humilde que o CDB paga 90% do CDI ou que os fundos de renda fixa podem ser divididos em curto e longo prazo, além de poderem ser pré ou pós fixado atrelados ao CDI. Ufa, parece complicado, mas não é a partir do momento que o cliente tem alguma familiaridade com investimentos. Do contráro, explicar para uma senhora mais velha ou um trabalhador humilde pode ser um pouco mais trabalhoso e requer uma abordagem diferente.

Liquidez

Este conceito significa a capacidade de transformar o investimento em dinheiro rapidamente. Todos são altamente liquidos, podendo ser resgatados imediatamente. CDBs e a Poupança são resgatados no mesmo dia, enquanto os fundos precisam de pelo menos 1 dia para depositar o dinheiro resgatado.

Além disto, na poupança se o cliente não esperar passar a data de aniversário, perde toda a rentabilidade do mês. Nos CDBs pode acontecer algo semelhante para os pré-fixados, mas em geral os pós-fixados apresentam rentabilidade diária. O mesmo ocorre com os fundos de renda fixa.

Assim, eu diria que os CDBs pós fixados são a aplicação mais líquida entre as três opções. Bom ressaltar que a diferença de liquidez é minima entre os produtos.

Rentabilidade

Aqui entra a principal diferença entre as diversas aplicações e o que de fato justifica a leitura deste artigo.

A poupança apresenta um rentabilidade padrão para todos os bancos: TR + 0,5% ao mês. No ano de 2007 e 2008 a rentabilidade nominal (sem descontar a inflação) foi de 7,7 e 7,9 ao ano. Como não há incidência de impostos a rentabilidade é liquida.

No caso dos CDBs pré-fixados, a rentabilidade depende do prazo e do montante a ser investido mas no geral ficam levemente acima da poupança. Já nos pós-fixados depende do montante a ser investido que, por sua vez, influenciará no indexador (70%, 80%, 85%, 90%, etc) com relação ao CDI. Quanto maior a relação, melhor. CDBs que pagam mais de 100% do CDI são excelentes investimentos para quem não quer correr riscos.

Para os fundos de renda fixa, essencialmente o que definirá a rentabilidade será a taxa de administração cobrada. Fundos que cobram mais que 3% tem alta probabilidade de serem piores que a poupança. Fundos entre 2% e 3% precisam ser avaliados com cautela. E os que cobram menos de 2% geralmente apresentam rentabilidade superior a poupança.

Tributação

Não incide nenhuma tributação sobre a poupança. Para simplificar a explicação, CDBs e Fundos apresentam tributação semelhantes.

Até 180 dias - 22,5%
180 a 360 dias - 20%
360 a 720 dias - 17,5%
> 720 dias - 15%

Conclusão

Pelos simulações que fiz com base nas informações disponibilizadas por alguns dos principais bancos, a poupança é a melhor opção para quem tem menos de R$ 500. A partir deste valor, o aplicador já pode começar a analisar a possibilidade de migrar para fundos de renda fixa ou CDBs. Acima de R$ 1000, a probabilidade de encontrar algo mais rentavel é bastante grande.

Aplicar em fundos de renda fixa com menos de R$ 1000 geralmente acarretam em perda para o cliente em virtude das altas taxas de administração cobradas pelas instituições financeiras além da tributação de pelo menos 15%.

Já para CDBs, é possivel encontrar alguns com boas rentabilidades mesmo com R$ 500. No real, o CDB sustentavel está pagando 95% do CDI com R$ 1000 de aplicação. No BB o valor fica em 85% que descontado o valor de 15% do Imposto de Renda resultaria em um valor pouco acima da poupança. Menos de 85% do CDI não vale a pena.

Caso tenha dúvidas se deve ou não sair da poupança e aplicar em CDBs ou fundos de renda fixa, me mande um e-mail para simularmos as rentabilidades.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Livro: Ninguém é de Ninguém

Após um pequeno período sem atualizar o blog em virtude de minha mudança para São Paulo, volto a escrever com uma breve sinopse sobre o livro de Zibia Gasparetto

Este livro difere bastante do foco deste blog, mas acredito que ler outros tipos de livros e informação sobre eles faz parte da formação humana do indivíduo.

Obtive acesso a este livro porque minha mãe o comprou para minha irmã. A temática principal é sobre o amor e o ciumes, mas a abordagem é totalmente diferente das tradicionais. Apenas no meio do livro me dei conta de tratar-se de uma abordagem espírita (sem entrar no mérito religioso e nem fazer juizo de valor).

Pois bem, o cenário principal é a cidade de Sâo Paulo e envolve 2 casais. Um deles, Roberto e Gabriela, com um casal de filhos pequenos. O segundo, Renato e Gioconda, também com um casal de crianças.

Roberto é dono de um deposito de materiais de construção e Gabriela é secretária numa empresa de advocacia. Já o segundo casal, Renato é um advogado conceituado e chefe de Gabriela, enquanto Gioconda é responsavel pelo lar e pela criação das crianças.

Como você já deve ter percebido, a vida destes dois casais serão envolvidas numa trama de traição, amor, ciumes e muita ação.

De um lado, Roberto é extremamente possessivo enquanto Gabriela é fiel e dedicada à familia. Na outra ponta, Gioconda é insegura e ciumenta e Renato um pai que trabalha muito e um pouco ausente. As caracteristicas pessoais das personagens levam a armações, tentativas de assassinato e traição.

Envolvendo reflexões e transbordando conhecimento espirita, Zibia Gasparetto consegue criar uma historia cativante do começo ao fim, mostrando que embora a vida possa ser marcada por acontecimentos trágicos e marcantes, tudo tem um propósito e enfatiza a importância de buscarmos auto-conhecimento e entendermos o meio no qual estamos inserido.

Leitura altamente recomendada para aqueles que nutrem sentimentos de posse, ciumes, insegurança, mas também para os que querem ler um romance que faça refletir sobre sentimentos e o próprio significado da vida.

Caso queiram comprar o livro, recomendo o submarino que está com uma super promoção.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

 
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