quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Perspectivas 2010


O ano de 2009 foi surpreendente para os agentes do mercado financeiro. Motivados pela elevada liquidez promovida pelos bancos centrais de todo o mundo, os mercados financeiros reagiram rapidamente, praticamente voltando aos níveis pré-crise (agosto de 2008). No Brasil, o movimento foi ainda mais forte, com o real sendo a moeda que mais se apreciou no ano e a bolsa uma das que mais subiu. Resultado: os que estavam em 2008 e permanecerem se recuperaram quase que inteiramente, e os que entraram apenas este ano viram seus investimentos quase dobrar.

Para 2010, há dois grandes riscos (dentre outros): eleições no Brasil e como e quando serão retirados os estímulos econômicos no restante do mundo (Europa e EUA, sobretudo). O primeiro provem dos estilos de Jose Serra (juros baixos e câmbio competitivo) e Dilma Roussef (desenvolvimentista). O segundo afetará a liquidez e com isto, a aversão a risco aumentará e os mercados emergentes serão penalizados, afetando diretamente nossos investimentos em bolsa.

Em meu cenário padrão, sabendo de todas as dificuldades em se fazer previsões e como meras elucubrações, acredito que os estímulos econômicos serão retirados paulatinamente trazendo volatilidade aos mercados financeiros em espaços curtos de tempo (quando do anuncio das decisões). As economias de EUA e Europa se recuperarão lentamente e com dados mais consistentes de PIB e mercado de trabalho apenas no segundo semestre de 2010. Antes disto, é improvável que os bancos centrais iniciem um aperto monetário subindo juros.

Com um ambiente externo fraco, restará ao Brasil seu pujante mercado interno. Acredito num forte aumento do consumo, tantos das famílias quanto do Governo para 2010. Sabe-se de longa data a demanda reprimida existente neste país. Com juros historicamente baixos e perspectivas mais que positivas para a economia brasileira até 2016, os agentes irão às compras. Logo, empresas voltadas para o mercado interno tendem a se destacar na bolsa. Carros, imóveis, comida, roupas e por aí vai. Para tudo isto será necessário crédito. Se em 2009 os bancos públicos puxaram o consumo concedendo crédito, em 2010 os bancos privados vão querer tirar o atraso e devem ser mais agressivos nos empréstimos (vide capitalização do Santander). Em suma, com aumento da massa salarial (desemprego baixo e classe C bombando), dinheiro fácil e barato (para os padrões históricos) e o desejo de consumir, acho difícil o Brasil decepcionar em 2010, ainda que pese os todas as dificuldades e incertezas econômicas nos principais países desenvolvidos.

Dado este breve pano de fundo, minha aposta é para small caps voltadas para o mercado interno. Dentre elas, destaco em minha ordem de preferência:

BISA3 – Brookfield – setor de construção: a demanda segue forte e os estímulos dados pelo governo (programa Minha Casa Minha Vida, juros baixos) manterão o mercado imobiliário quente em 2010.

IDVL4 – Banco Indusval – voltado para médias empresas, foi bastante castigado durante a crise por ser um dos poucos bancos a reconhecer de fato altas provisões para perdas. A tendência é que estas provisões se revertam e as empresas voltem a tomar empréstimos para financiar investimentos.

DROG3 – Farmácia Drogasil – o consumo de medicamentos é um dos mais resilientes a crises e seu crescimento está diretamente associado ao aumento da renda per capita. No Brasil, o cerco contra a informalidade tem aumentado e deve ocorrer uma consolidação nos próximos anos. Há muitas pequenas farmácias que não serão capazes de competir contras as grandes redes.

MDIA3– M Dias Branco – comida, mais especificamente biscoitos e massas. O aumento da renda das pessoas, sobretudo nas classes mais baixas, impulsiona o consumo de alimentos. A empresa tem bom controle da cadeia produtiva (matéria-prima) e está bem localizada no mercado que mais cresce no país: Nordeste.

GSHP3 – General Shopping – brasileiro ADORA shopping. Impressionante. Shopping = compras/lazer = consumo.

MPXE3 – Empresa de energia do Eike – dentre todas as empresas citadas, esta é a que mais embute risco, mas por outro lado, com maior potencial de ganho. Considerada uma empresa de energia suja (térmicas a carvão, etc) responderá bem a uma iminente falta de energia em decorrência de acelerado crescimento da economia. Como os investimentos no setor elétrico foram baixos, se o país crescer mesmo 6% no ano que vem, vai faltar energia. As térmicas precisarão ser ligadas ou novas construídas rapidamente.

Das grandes, minha preferida é CIEL3. Ainda que existam riscos regulatórios com o fim da exclusividade em 2010, este é um dos setores mais promissores da economia brasileira. Vide os recordes atingidos durante o Natal com mais de 35 milhões de transações processadas em 2 dias e pico de 692 transações por segundo. É, de fato, uma máquina de fazer dinheiro.

Por fim, gostaria de desejar a todos um 2010 excelente. Após completar um ano com este blog, espero que possa continuar compartilhando algumas de minhas ideias no próximo ano.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Ouro e Prata

A maior transferência de riqueza da historia. É assim que Michael Maloney descreve o momento atual em seu livro "Como investir em metais preciosos", da coleção Pai Rico Pai Pobre.

De forma bastante objetiva dividindo o livro entre Ontem, Hoje e Amanhã ele apresenta seus argumentos de que estaríamos vivendo em um momento único na historia da humanidade em que haverá uma transferência imensa de riqueza para aqueles que possuirem ouro e prata fisicamente.

Usando a história como pano de fundo, mostra que a base monetária em dólar vem se expandindo rapidamente e que logo ele sucumbirá como reserva de valor. Neste ponto devo concordar que há grandes possibilidades do dólar continuar se enfraquecendo frente ao gigantesco défit americano financiado com emissão descabida de dólares para "salvar" os bancos e a economia. De fato, há uma preocupação do que ocorrerá com a economia quando o FED começar a retirar toda esta montanha de liquidez injetada para evitar o colapso economico do império americano.

Os argumentos de Maloney são bem consistentes e indicam que devemos comprar ouro e prata AGORA. Destaca ainda uma preferência por prata, principalmente porque este metal anda relegado ao segundo plano e quando se lembraram dele seu preço explodirá.

Pessoalmente, acredito que os metais preciosos continuarão a se apreciar consideravelmente em decorrência da fraqueza do dólar e da busca das pessoas e dos bancos centrais por ativos que substituam em alguma medida o dólar como reserva de valor. Em toda a historia da humanidade o ouro e prata cumpriram bem este papel. Exemplo disto foi a compra recente do Banco Central da India de 200 toneladas de ouro ao preço de 6,7 bilhões de dólares.

O ouro vem batendo recordes dia após dia, já sendo cotado a mais de USD 1.200 dólares por onça troy. Já estaria sobrevalorizado? De acordo com Maloney não. É possível que alcance patamares acima de USD 6.000 em um curto espaço de tempo. Mas o mais importante não é o preço em si mas o valor que o ouro representa. Quantos bens poderiamos comprar com os metais preciosos. Para ele, se o dólar de fato se enfraquecer ou sucumbir, MUITOS. E a transferencia de riqueza estará concretizada.

Que pese um certo exagero como a "maior transferencia de riqueza da história", os argumentos apresentados por Maloney vem sendo reforçados pela recente escalada do ouro e da prata. Aqueles que acreditam no mesmo que ele deveriam comprar ouro e prata o quanto antes. Confesso que começo a considerar a possibilidade de alocar partes dos meus recursos em metais preciosos.

Se voce quer comprar o livro de Michael Maloney, acesse o submarino clicando AQUI.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Oportunidade: Fundos Imobiliários


Ao escrever este texto estou pensando em 3 tipos de pessoas: 1) aqueles que acreditam que o mercado imobiliario brasileiro crescerá significativamente nos próximos anos e querem participar da festa; 2) aqueles que buscam uma renda mensal acima de 0,8% ao mês provenientes de aluguel; 3) aqueles que querem se manter informados sobre o que está acontecendo no mercado de capitais.

O mercado imobiliário comercial e residencial apresenta boas oportunidades de crescimento para os proximos anos (pelo menos ate as Olimpíadas). Além do déficit habitacional, o crescimento economico estimula a construção civil. Historicamente, todos os países que se desenvolveram impulsionaram a contrução civil.

Tendo esta breve análise como pano de fundo, aqueles que acreditam numa valorização de imoveis nos proximos anos estão entrando (ou já entraram) pesadamente no setor. Comprando imóveis? Não necessariamente.

A forma tradicional é comprar um imovel residencial ou comercial, receber um fluxo positivo com alugueis, esperar sua valorização e vender. Simples? Nem tanto. Comprar um imovel no Brasil requer alto empenho burocrático. Em caso de necessidade de dinheiro, a liquidez é baixa. Não é trivial vender um imovel rapidamente. Taxas e impostos consomem parte dos ganhos. Fora que há a necessidade de um alto desembolso de caixa.

Há um meio mais simples de se fazer o mesmo com a vantagem de isenção de imposto de renda, melhor liquidez e baixo investimento inicial: fundos imobiliarios.

Os Fundos Imobiliários (FIIs) são condomínios cujos recursos são investidos em empreendimentos imobiliários. A rentabilidade desses fundos provém dos aluguéis dos imóveis de propriedade do fundo, que são distribuídos mensalmente aos quotistas.

Exemplo prático e sugestão de investimento no curtíssimo prazo (questão de dias):

O maior shopping horizontal da América Latina está localizado em Campinas. Conheço bem este shopping pois está localizado em minha cidade natal. É um dos exemplos de maior sucesso nos últimos tempos. Atende toda a região metropolitana de Campinas e aos finais de semana está abarrotado de gente. É praticamente uma máquina de dinheiro. Em resposta ao sucesso, vão expandir o shopping (que já é o maior). Como farão isto? Através de um fundo imobiliario.

Vão captar no mercado R$ 100 milhoes distribuidos em 100 mil cotas de R$ 1.000. Em contrapartida, o fundo será dono desta parte expandida do shopping e receberá parte das receitas provenientes do aluguel do espaço. O fundo garante retorno de 0,83% ao mês durante os 36 meses iniciais. A expectativa é que a rentabilidade fique próxima a 1%, sem contar a valorização do imovel.

Mas 0,83% não parece pouco? Depende. Poupança está rendendo 0,5% ao mês. Os juros estão 8,75% ao ano e este fundo garante 10% com uma pequena (ironia on) diferença: tributação. Na renda fixa (CDBs e Titulos Publicos) a tributação de Imposto de Renda consome quase 20% dos rendimentos. Os fundos imobiliariso estão isentos. Estes 0,83% vão diretamente para o seu bolso.

O número de cotas minimas para participar da oferta é de 10, ou seja, R$ 10 mil. Se você quiser sair do negocio acesse seu homebroker ou ligue para seu corretor e vendas as cotas em bolsa ao preço de mercado.

Há outras oportunidades anunciadas recentemente que prevêm rentabilidades até maiores (acima de 0,90%), tais como Anhanguera Educacional, Hospital Nossa Senhora de Lourdes, entre outros. Mas a lógica é a mesma. Com R$ 10 mil já é possivel participar das ofertas públicas.

Os riscos são os mesmos do mercado imobiliario tradicional. Os imóveis podem se desvalorizar, a economia pode não crescer impactando nas receitas de aluguéis, dentre os outros riscos associados aos imóveis.

Particularmente, acredito que é uma excelente oportunidade para participar do mercado imobiliário (sobretudo comercial) de forma simples, segura e rentável.
 
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