06 de agosto de 2011
A primeira semana de agosto entrou para a historia. A disputa politica envolvendo democratas e republicanos quase paralisou os EUA. A principal potencia mundial viu-se a beira do default. Aos 45 do segundo tempo, o aumento do teto do endividamento foi aprovado e a nação americana pode respirar pelo menos por mais algum tempo. Mas os desafios para a redução do déficit público são imensos.
Em resposta a aprovação, Fitch e Moody’s ratificaram o triple A americano, mas a ultima colocou a divida sob perspectiva negativa. A S&P já havia se movimentado no primeiro semestre e alertou que qualquer coisa menor que USD 4 tri poderia levar o EUA ao rebaixamento. Ninguém acreditava que fosse possível, mas na sexta-feira, cinco de agosto de 2011, a principal agencia de risco do mundo rebaixou, pela primeira vez na história, a divida soberana dos EUA para AA+. Como o mundo reagirá a esta nova situação? Na pratica pode não mudar muito com os títulos americanos ainda sendo considerados de risco zero pelos investidores. O efeito pode ser muito mais psicológico. As consequências começarão a ser vistas quando os mercados asiáticos abrirem na segunda-feira. É um momento único na historia.
Na Europa a situação fiscal não é muito melhor. Investidores exigem cada vez mais rendimento de Espanha e Italia. Mesmo com o sucesso da captação espanhola na semana os mercados não se animaram. A situação fiscal na Europa exigirá anos e muito sangue.
Neste cenário as bolsas despencaram, lembrando os piores momentos da crise de 2008. Vendas generalizadas foram vistas em todo o mundo. Em tempo de crise, os investidores correm para o USD, mas desta vez isto não aconteceu. O impacto no mercado de divisas foi mínimo o que deixa os agentes ainda mais confusos.
Como disse Warren Buffett “Seja cuidadoso quando os outros forem gananciosos e ganancioso quando os outros forem cuidadosos”. São em momentos de crise onde encontramos as melhores oportunidades. Se eu achava que algumas empresas estavam baratas agora algumas delas estão uma pechincha. Hora de realocar parte do portfolio pessoal de CDI para a Bolsa.
É necessário muito sangue frio para comprar algo em baixa, mas continuo confiante nas empresas brasileiras ainda que o risco de uma nova recessão tenha aumentado. De qualquer modo, considero a bolsa brasileira ainda o melhor investimento dentro do nosso horizonte de médio prazo.
Nenhuma alteração foi feita em nossa carteira, exceto pelo aumento de nossa posição em Bradesco na primeira semana de agosto. Nossa carteira atual: 20% em LUPA3, 18,5% em CSNA3, 18,5% em CIEL3, 14% em OGXP3, 13,5% em CREM3, 7% em BBDC4 e 7% em POSI3.
Paralelamente montamos algumas estratégias com opções apostando em uma recuperação no curto prazo. Além disto, nossa posição em LUPA3 está alugada a uma taxa de 12% ao ano. Repetindo o que disse em nosso ultimo relatório: “A história nos ensina que nos momentos de pessimismo e crise é onde se encontram as melhores oportunidades. Continuaremos a comprar ações de empresas sólidas ou com boas perspectivas para os próximos anos”.
Bruno Massera
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