Otimismo! Passada a primeira semana de Janeiro, o otimismo passou a ser o sentimento predominante nos agentes nas ultimas duas semanas.
Mesmo com o rebaixamento em massa dos países europeus e os depósitos recordes dos bancos no ECB, os agentes voltaram a comprar pesadamente títulos soberanos europeus, investir em bonds corporativos dos países emergentes e aplicar em ações no Brasil.
Para as empresas com ações listadas nos EUA, dizem que a janela fecha em 15/02. Por sua vez, empresas e bancos no Brasil estão aproveitando para captar e mesmo antecipar com receio de que a coisa possa vir a piorar. O fluxo de USD foi grande para o Brasil nos ultimos dias jogando o cupom cambial para baixo. O BRL está testando o 1,75, onde parece um importante suporte.
Particularmente, ainda não estou convencido de que a coisa toda virou. Não sei se os preços atuais levam em conta uma recessão na Europa. O Banco de Espanha, por exemplo, espera uma queda de 1,5% no PIB este ano (http://www.expansion.com/2012/01/23/economia/1327309605.html).
A situação política ainda é bastante difícil e no final o downgrade dos europeus pode ajudar no sentido de pressão política sobre os governantes em busca de reformas estruturais.
O que mais anda me incomodando mesmo são os preços internacionais das commodities. Ainda que a expectativa de relaxamento da política monetária chinesa traga algum suporte para os preços em geral, a demanda segue fraca e me arrisco a dizer que continuará assim durante o primeiro trimestre.
Os agentes de mercado tendem a naturalmente exagerar os movimentos, ora com otimismo excessivo, ora pessimistas ao extremo. Ninguém quer perder a festa. Ninguém quer ficar para trás. Tenho receio de que estamos diante de um otimismo exagerado. A volatilidade medida pelo VIX está baixa. O Risk Reversal para 1 mês esta no nível mais baixo desde 05/08/11, quando os EUA foram rebaixados pela S&P. A solução para a divida da Grécia parece caminhar para um fim satisfatório (pelo menos para a Grecia). Em fevereiro, o ECB fará novo leilão e injetará no sistema financeiro europeu tantos bilhões quanto os bancos pedirem. Novamente, Lagarde do FMI, voltou a discutir com Draghi o aumento do fundo de resgate para EUR 1 tri. O que pode atrapalhar? A política. No Brasil, alguma intervenção ou medida cambial. Na Europa, dificuldade de consenso. Nos EUA, o clima esquentar com as eleições presidenciais.
Acredito que veremos melhoras significativas no segundo semestre enquanto no primeiro ainda estou reticente em acreditar que a volatilidade continuara baixa como agora. Por isto, “keep your eye on the ball”.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Keep your eye on the ball
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