Cortar o tempo
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente
Carlos Drummond de Andrade
Para fechar o ano de 2013 com uma mensagem otimista, o
governo anunciou o aumento do IOF para 6,38% nas operações de cambio com cartão
pré-pago. Enquanto tentava ouvir o discurso da presidenta, fazia uma
retrospectiva de todas as outras medidas implementadas pelo Governo neste ano.
A primeira frase do discurso me deixou confuso. “Graças ao esforço de todas
as brasileiras e de todos os brasileiros, o Brasil termina o ano melhor do que
começou. Temos motivos também para esperar um 2014 ainda melhor do que foi
2013.” Será mesmo?
Mas o trecho que mais chamou minha atenção foi o seguinte: “O
mesmo raciocínio se aplica à nossa economia. Assim como não existe um sistema
econômico perfeito, dificilmente vai existir em qualquer época um país com
economia perfeita. A economia é um conjunto de vasos comunicantes em busca
permanente de equilíbrio. Em toda economia sempre haverá algo por fazer, algo a
retocar, algo a corrigir para conciliar o justo interesse da população e das
classes trabalhadoras e os interesses dos setores produtivos. Por isso, temos
que agir sempre de forma produtiva e positiva tentando buscar soluções e não
ampliar os problemas. Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem
desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A
guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas.”
Ora, se temos que agir buscando soluções e não a ampliação
de problemas, o governo está indo na direção errada. Vemos cada vez mais
medidas complicando a vida da população, dos empresários e dos
investidores. Particularmente, estou bastante preocupado com a economia
em 2014. Parafraseando o Lula, gosto de reforçar que estamos vivendo um momento
nunca antes visto na historia. No mundo, os balanços dos bancos centrais nunca
foram tão grandes e os estímulos nunca tão profundos. Nem Ele deve saber
quais serão as consequências da retirada dos estímulos pelo FED e por outros
bancos centrais dada a complexidade do gerenciamento das variáveis macro e
microeconômicas. Ao mesmo tempo, nunca antes na historia, vimos no Brasil Copa
do Mundo e eleições presidenciais no mesmo ano. Além disto, o governo diz uma
coisa e faz outra, minando a confiança dos agentes econômicos. Ainda que as
concessões e privatizações tenham avançado, os estímulos do lado dos
investimentos parecem poucos para superar todos os aspectos negativos ao redor
da economia brasileira.
“Quiero, por eso, empezar mis palabras con un saludo
especialmente afectuoso a aquellos a quienes con más dureza está golpeando esta
crisis: a los que no habéis podido encontrar trabajo o lo habéis perdido
durante el año que va a terminar; a los que por circunstancias diversas no
podéis disponer de una vivienda; a los jóvenes que no habéis podido encauzar
todavía vuestra vida profesional; a todos los que habéis soportado tan duros
sacrificios con coraje, y a quienes lucháis con vuestros mejores esfuerzos por
hacer realidad vuestras legítimas aspiraciones.”
Pessoalmente, o ano de 2013 será inesquecível. Dentre tantas
coisas boas, corri minha primeira maratona, em Chicago, abaixo de 4 horas. Que
venha a segunda maratona em 2014 !!!
Um feliz ano novo para vocês e para suas famílias !! Muita
saúde, paz e felicidades neste ano que se inicia !!!