quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

5,2%; 6º e € 489,191

No Brasil, a taxa de desemprego registrou seu menor valor da serie histórica em novembro: 5,2% sem ajuste sazonal! Há algumas casas estimando desemprego abaixo de 5% em dezembro. No começo do ano o desemprego deve voltar a subir com o fim dos trabalhos temporários, mas estamos diante do melhor momento do mercado de trabalho da ultima década. A massa salarial segue firme, ainda que sem grandes alterações na margem. Com o aumento do salário mínimo e a dificuldade de contratação de mão de obra, o mercado de trabalho em 2012 deverá continuar suportando a demanda das famílias.

Na segunda-feira, uma consultoria britânica chamada CEBR divulgou que o Brasil ultrapassou UK em 2011 assumindo a 6º no ranking das maiores economias do mundo. BBC assim divulgou: Brazilian economy overtakes UK's, says CEBR. Noticias boas no Brasil suportam um certo otimismo para 2012, ainda que a situação externa impeça um cenário de euforia.

Já no front externo, o Banco Central Europeu realizou o maior leilão da historia. Ofertou € 489,191 bi para 523 instituições financeiras a 1% ao ano pelo prazo de 3 anos. Comprou tranqüilidade neste fim de ano, afinal, as autoridades européias também merecem um descanso para celebrar o ano mais tumultuado da historia do euro. Os bancos responderam depositando um volume recorde de € 412 bi no overnight do ECB. Afinal, os tesoureiros também querem tranqüilidade. Como todo mundo quer tranqüilidade, pouca coisa deve mudar nesta ultima semana do ano.

Já os 2 primeiros trimestres de 2012 prometem ser agitados na Europa. Os vencimentos e rolagens das dividas soberanas em conjunto com o processo de capitalização dos bancos europeus trará bastante volatilidade ao mercado. Na Espanha, o novo governo já prevê recessão.

Alias, me chamou a atenção a diferença de postura e discurso das autoridades de governo espanholas e brasileiras. Se por aqui, Mantega afirma que o pais crescerá entre 4% e 5% enquanto as previsões do BC e do mercado não passam de 3,5%, na Espanha o ex-presidente Zapatero acredita que 2012 será “un año con dificultades todavía serias” e estima que apenas em 2013 a economia poderia apresentar “síntomas de recuperación”. Por sua vez, o recém empossado ministro da economia Luis de Guindos antecipa que Espanha entrará em recessão nos próximos 2 trimestres: "Los dos próximos trimestres, que nadie se engañe, no van a ser sencillos ni para el PIB ni para el empleo”. Gerenciamento de expectativas, credibilidade e transparência na comunicação.

O ano de 2012 será bom para o Brasil, com um começo difícil para a Europa mas com perspectivas boas para o final do ano e inicio de 2013.

FELIZ ANO NOVO e que 2012 seja um ano excelente para todos nós !!!!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pimenta

Recebi de um e-mail de um amigo sobre A Pimenta. Além disto, segue a dica do Sabor das Indias. Sugiro o patê de pimenta.


"Quem coloca a pimenta no dia-a-dia está levando, além de tempero, uma série de medicamentos naturais: analgésico, antiinflamatório, xarope, vitaminas, benefícios que os povos primitivos descobriram há milhares de anos que agora estão sendo comprovados pela ciência. A pimenta do reino faz bem à saúde e seu consumo é essencial para quem tem enxaqueca. Essa afirmação pode cair como uma surpresa para muitas pessoas que, até hoje, acham que o condimento ardido deve ser evitado.

A pimenta traz consigo alguns mitos, como por exemplo, o de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta e até hemorróidas.. Nada disso é verdade. Por incrível que pareça, as pesquisas científicas mostram justamente o oposto! A substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde.

No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é piperina. Na pimenta vermelha, é a capsaicina. Surpresa! Elas provocam a liberação de endorfinas - verdadeiras morfinas internas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica! O mecanismo é simples: Assim que você ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina ativam receptores sensíveis na língua e na boca. Esses receptores transmitem ao cérebro uma mensagem primitiva e genérica, de que a sua boca estaria pegando fogo. Tal informação, gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de salvá-lo desse fogo: você começa a salivar, sua face transpira e seu nariz fica úmido, tudo isso no intuito de refrescá-lo. Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, seu cérebro, enganado pela informação que sua boca estava pegando fogo, inicia, de pronto, a fabricação de endorfinas, que permanecem um bom tempo no seu organismo, provocando uma sensação de bem-estar, uma euforia, um tipo de barato, um estado alterado de consciência muito agradável, causado pelo verdadeiro banho de morfina interna do cérebro. E tudo isso sem nenhuma gota de álcool! Quanto mais ardida a pimenta, mais endorfina é produzida! E quanto mais endorfina, menos dor e menos enxaqueca.

E tem mais: as substâncias picantes das pimentas (capsaicina e piperina) melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito carminativo (antiflatulência). Estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, é claro, outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente. Existem cada vez mais estudos demonstrando a potente ação antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e piperina. Pesquisadores do mundo todo não param de descobrir que a pimenta, tanto do gênero piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (pimenta vermelha), tem qualidades farmacológicas importantes. Além dos princípios ativos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em Vitaminas A , E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncer. Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde. Hoje ela é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose.

Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumi-la, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Se você é uma delas, saiba que diversos estudos recentes têm revelado que a pimenta não é um veneno nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão."

sábado, 8 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Quem vai viajar para a Argentina?

As noticias não são nada boas para quem vai viajar para a Argentina... estamos no pior momento do ano para quem tem BRL (reais) e quer comprar ARS (peso argentino). Com a desvalorização do BRL frente ao USD, o poder de compra da moeda brasileira diminuiu. Em 31/08, 1 BRL comprava 2,642 ARS, mas agora compra apenas 2,264 ARS. A moeda brasileira desvalorizou 14,3% em relação ao peso argentino, bastante em linha com a desvalorização do real contra o dólar.

Como a situação econômica mundial e sobretudo a européia ainda está muito incerta, melhor não deixar para comprar USD ou ARS dias antes de viajar. Aproveite a valorização do real e vá comprando aos poucos. A tendência é que a situação melhore até o final do ano mas um evento inesperado (a quebra de algum grande banco europeu, por exemplo) pode acontecer até lá. Melhor garantir a viagem mesmo pagando um pouco mais caro pelo vinho, churrasco e tango argentino.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Contra fatos não há fundamentos

Fiz esta analise na quinta-feira passada pela manha, mas ela ainda continua válida.

Os fundamentos da economia brasileira continuam bons. A renda das famílias continua crescendo, maior patamar de emprego na historia, investimento em infra-estrutura para as Olimpiadas e Copa (ainda que em ritmo lento) e crescimento do PIB muito acima das economias desenvolvidas. No cambio, o Investimento Estrangeiro segue considerável e a balança comercial superando as expectativas. Tudo indicaria uma economia forte com um cambio valorizado. Mas os fatos se sobrepõem aos fundamentos ...

Desde o inicio do mês a situação da Grecia piorou muito. Os CDS chegaram a mostrar uma situação de quase default. Se por um lado, as autoridades européias estão dispostas a evitar um default desorganizado da Grecia, por outro a politica tem dificultado a liberação das parcelas do plano de socorro. Estariam os europeus dispostos a assumir o “fracasso” do euro ou postergarão o quanto puderem em busca de um milagre?

Com uma Europa fragilizada e um BCE focado no combate a inflação, sobrou para o FED tentar acalmar o mercado com um possível range de política monetária discutidas durante dois dias de reunião. O mercado mostrou-se cético ao que o FED poderia fazer para afrouxar ainda mais a política monetária e vimos o inicio de uma desvalorização generalizada nas moedas por todo o mundo. A decisão do FED de ontem foi tímida e o impacto imediato foi apreciação do USD e uma queda acentuada na curva de juros de longo prazo, conforme esperado (T10Y a 1,777), levando-a a mínimos históricos.

No BRL, o movimento foi acentuado pela alta liquidez dos nossos mercados futuros, pela incerteza relacionada a queda nos juros, pela insegurança jurídica com a taxação de IOF na posição vendida em derivativos além das restrições às posições vendidas dos bancos no spot, CALLs vendidas OTM ficando ITM, redução de exposição de hedge funds e redução significativa da posição vendida dos estrangeiros na BM&F de USD 24bi em Julho para USD 7 bi ontem.

Dado todo o contexto internacional e local, acho que a situação ainda vai piorar um pouco antes de melhorar. Vejamos como a atuação do BC através de swap cambiais (vendendo USD) irá impactar o mercado.

Em 01/09, “It’s the politcs stupid” comentei: “Como disse recentemente, cuidado redobrado ao montar posição comprada em BRL (vendida nas outras moedas) acreditando em uma consistente e prolongada apreciação da moeda brasileira.” Nosso mercado cambial é muito assimétrico. Não é a toa que a CALL, em geral, é mais cara que a PUT. As chances de desvalorização são maiores que apreciação ainda mais com um BRL a 1,60.

Pensando no médio prazo, a economia americana dificilmente se recuperará rapidamente com um USD forte. Do mesmo modo Japão, Suiça e Europa terão problemas com suas moedas muito apreciadas. Em “06/09: Suiça defenderá paridade contra o EUR”, comentei da necessidade de maior coordenação entre os bancos centrais. Isto me remeteu à cena do mais recente filme “Planeta dos macacos”, quanto Cesar, o “macaco chefe” explica ao seu futuro conselheiro utilizando gravetos de arvore que “um macaco sozinho fraco, macacos unidos forte”. Ainda que os principais bancos centrais tenham anunciado uma atuação conjunta para prover liquidez na semana passada, é necessário uma coordenação muito maior ou tanto a política fiscal quanto a monetária serão ineficientes.

Resumindo: pressão de compra de USD no curtíssimo prazo contra o BRL (e outras moedas). Atuação do BC brasileiro necessária para prover liquidez na ponta vendedora com atenção especial à movimentação dos asiáticos. Se o BC não fizer nada e os fundos toshin começaram a zerar posições, é difícil saber até onde o BRL pode ir. Em maio e agosto, nas subidas do USD, estava confortável em vender (e deu certo). Mas faz duas semanas que este conforto se transformou em desconforto. Para o médio prazo, o USD deve voltar a perder um pouco de valor acomodando-se em um patamar superior ao registrado antes de agosto. As novas estimativas de diversos bancos e consultorias econômicas indicam um BRL entre 1,65 e 1,95 para o final de ano. Sinceramente, não tenho a menor idéia de onde o BRL irá se estabilizar mas o 1,53 (mínima do ano) parece bastante distante.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

It's the politics, stupid!


Contra fatos não há argumentos. Não importa o que eu ache! Não importa o que voce pensa!

Dos 33 economistas consultados pelo Valor no dia 26/08, 33 (100%) acreditavam na manutenção da SELIC na reuniao de agosto! Estamos falando dos principais economistas do país!

http://www.valor.com.br/financas/988570/mesmo-com-crise-maioria-espera-taxa-selic-estavel-ate-o-fim-de-2012

Entretanto, na reunião de ontem O COPOM decidiu baixar a SELIC em 50 bps com 5 votos a favor e 2 contra!

Desta vez o mercado acertou! A curva pré foi MASSACRADA nos ultimos dias e na segunda-feira jan/12 precificava uma SELIC abaixo de 11% (150bps de corte ainda este ano).

Vou colar apenas os dois ultimos paragrafos onde o COPOM justifica o corte e abre espaço para quedas adicionais nas proximas reunioes.

"Nesse contexto, o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012.

O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do ambiente macroeconômico e os desdobramentos do cenário internacional para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária."

"Nunca antes na historia deste país" a curva pré movimentou-se de forma tão divergente da opinião dos principais economistas. Além disto, ficou estranho o pronunciamento esta semana do "todo poderoso" Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciando aumento do superavit fiscal e comentando que isto abriria espaço para uma queda dos juros embora esta decisão fosse de total responsabilidade do COPOM.

Moral da historia: No país da piada pronta, dentre outras coisas, fica evidente a capacidade do governo de manipular as taxas de juros e de câmbio.

Como disse anteriormente, devemos ter cuidado redobrado ao montarmos posição vendida em USD acreditando em uma consistente e prolongada apreciação do BRL.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Why S&P downgraded the US

Uma foto vale mais que mil palavras.




House Minority Leader Lawrence F. Cafero Jr., R-Norwalk, pictured standing, far right, speaks while colleagues Rep. Barbara Lambert, D-Milford and Rep. Jack F. Hennessy, D-Bridgeport, play solitaire Monday night as the House convened to vote on a new budget. (AP) The guy sitting in the row in front of these two.....he's on Facebook, and the guy behind Hennessy is checking out the baseball scores. These are the folks that couldn't get the budget out by Oct. 1, and are about to control your health care, cap and trade, and the list goes on and on. This is just one of their 3-DAY WORK WEEKS (salary is about $179,000 per year).

PS: Recebi a foto por e-mail, logo não consigo assegurar sua autenticidade. De qualquer modo, vale a piada.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Juros baixos até 2013


Após o anuncio do FED, o mercado acionário americano reagiu em forte movimento de baixa. Os agentes estavam aguardando um novo afrouxamento monetário. Como não veio, a resposta imediata foi vender. Entretanto, o FED vez duas alterações/inclusões muito significativas no comunicado:

1) Substituiu o termo “extended period” por “through mid-2013”. “The Committee currently anticipates that economic conditions -- including low rates of resource utilization and a subdued outlook for inflation over the medium run -- are likely to warrant exceptionally low levels for the federal funds rate at least through mid-2013.”

2) Inclusão: “The Committee discussed the range of policy tools available to promote a stronger economic recovery in a context of price stability. It will continue to assess the economic outlook in light of incoming information and is prepared to employ these tools as appropriate.”

Ou seja: os juros continuarão baixos até 2013 e o “arsenal” do FED está pronto para ser usado, seja lá o que isto signifique (“range of policy tools available”).

Depois disto o BRL saiu as 15:22 (7 minutos depois do anuncio do FED) de 1,64 para 1,59 e o IBOVESPA fechou em alta de 5,1%. Tanto EUR quanto GBP ganharam força contra o USD. A curva de juros também reagiu 14bps após Jan/13 atingir mínima em 11.76% às 15:42 com ultimo negocio a 11.9%. A Treasury para 10 anos chegou na mínima a 2,03%.

Conclusão: Em minha opinião, o USD seguirá fraco. Minha leitura é que a recuperação continuará lenta, porém gradual. Os Bancos Centrais estão comprometidos em evitar uma recessão. Os mercados acionários conseguiram respirar um pouco mas não estão imunes a novas quedas. Já o mercado está bastante dividido entre uma situação de crescimento lento, USD fraco e commodities e bolsa para cima e um cenário de economias americana e européia muito fracas, com pouca melhora no mercado de trabalho e uma demanda incapaz de evitar uma queda nos preços das commodities.

sábado, 6 de agosto de 2011

Uma semana para entrar para a história

Relatório do Clube de Investimento

06 de agosto de 2011

A primeira semana de agosto entrou para a historia. A disputa politica envolvendo democratas e republicanos quase paralisou os EUA. A principal potencia mundial viu-se a beira do default. Aos 45 do segundo tempo, o aumento do teto do endividamento foi aprovado e a nação americana pode respirar pelo menos por mais algum tempo. Mas os desafios para a redução do déficit público são imensos.

Em resposta a aprovação, Fitch e Moody’s ratificaram o triple A americano, mas a ultima colocou a divida sob perspectiva negativa. A S&P já havia se movimentado no primeiro semestre e alertou que qualquer coisa menor que USD 4 tri poderia levar o EUA ao rebaixamento. Ninguém acreditava que fosse possível, mas na sexta-feira, cinco de agosto de 2011, a principal agencia de risco do mundo rebaixou, pela primeira vez na história, a divida soberana dos EUA para AA+. Como o mundo reagirá a esta nova situação? Na pratica pode não mudar muito com os títulos americanos ainda sendo considerados de risco zero pelos investidores. O efeito pode ser muito mais psicológico. As consequências começarão a ser vistas quando os mercados asiáticos abrirem na segunda-feira. É um momento único na historia.

Na Europa a situação fiscal não é muito melhor. Investidores exigem cada vez mais rendimento de Espanha e Italia. Mesmo com o sucesso da captação espanhola na semana os mercados não se animaram. A situação fiscal na Europa exigirá anos e muito sangue.

Neste cenário as bolsas despencaram, lembrando os piores momentos da crise de 2008. Vendas generalizadas foram vistas em todo o mundo. Em tempo de crise, os investidores correm para o USD, mas desta vez isto não aconteceu. O impacto no mercado de divisas foi mínimo o que deixa os agentes ainda mais confusos.

Como disse Warren Buffett “Seja cuidadoso quando os outros forem gananciosos e ganancioso quando os outros forem cuidadosos”. São em momentos de crise onde encontramos as melhores oportunidades. Se eu achava que algumas empresas estavam baratas agora algumas delas estão uma pechincha. Hora de realocar parte do portfolio pessoal de CDI para a Bolsa.

É necessário muito sangue frio para comprar algo em baixa, mas continuo confiante nas empresas brasileiras ainda que o risco de uma nova recessão tenha aumentado. De qualquer modo, considero a bolsa brasileira ainda o melhor investimento dentro do nosso horizonte de médio prazo.

Nenhuma alteração foi feita em nossa carteira, exceto pelo aumento de nossa posição em Bradesco na primeira semana de agosto. Nossa carteira atual: 20% em LUPA3, 18,5% em CSNA3, 18,5% em CIEL3, 14% em OGXP3, 13,5% em CREM3, 7% em BBDC4 e 7% em POSI3.

Paralelamente montamos algumas estratégias com opções apostando em uma recuperação no curto prazo. Além disto, nossa posição em LUPA3 está alugada a uma taxa de 12% ao ano. Repetindo o que disse em nosso ultimo relatório: “A história nos ensina que nos momentos de pessimismo e crise é onde se encontram as melhores oportunidades. Continuaremos a comprar ações de empresas sólidas ou com boas perspectivas para os próximos anos”.

Bruno Massera

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bolsa e Consumo

Hoje o mundo ficou paralisado diante das quedas acentuadas das bolsas. o IBOVESPA perdeu mais de 5%. Nova crise? Fim do mundo? Quem sabe. Mas do mesmo modo como caiu, voltará a subir. Logo, é aproveitar para ir comprando.

"Seja cuidadoso quando os outros forem gananciosos e ganancioso quando os outros forem cuidadosos." (Warren Buffett)

Abaixo segue um poema que dizem que é para criança. Será? Como não dá para ter tudo, temos que optar entre consumir tudo ou poupar um pouco. Deixar em uma aplicação atrelada ao CDI ou ir pra bolsa? Façam suas escolhas.

Ou Isto ou Aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Espanha e Itália sob ataque

Passei estes últimos dias e a noite de ontem tentando entender o movimento do spread dos títulos espanhóis e italianos. Os títulos de 10 anos da Espanha superaram os 400 bps com relação aos alemães, atingindo o pico histórico desde a criação do euro. Por quê? Espanha e Italia caminhariam para a insolvência na esteira de Grécia?

Particularmente não acredito nisto. Acredito que a situação Italiana seja ainda um pouco pior que a espanhola mas ambas são gerenciáveis. A relação divida/PIB na Espanha está abaixo de 70% e o governo tem adotado medidas duras para reduzir o déficit que continua alto mais em uma trajetória de queda. Mas e quanto a capacidade do Reino da Espanha de financiamento? Em minha opinião os custos subiram consideravelmente no curto prazo muitos mais por questões especulativas que estruturais. Os investidores forçam até onde podem para ver até onde as autoridades européias podem ir. E digo, elas podem ir longe, se quiserem. Com baixa liquidez em virtude das férias, os movimentos se tornam mais acentuados. Hoje a Espanha completará a única captação no mês de agosto e mesmo com as taxas em níveis recordes (acima de 6% para 10 anos), acredito que a demanda superará a oferta mesmo porque os 12 bancos que participam da emissão são obrigados a comprar cada um 3%, ou seja, 66% do total estão garantidos. Destes, 7 são espanhóis.

Mas e a economia espanhola com uma taxa de 20% de desemprego não está em maus lençóis? Sim e não. Historicamente a taxa de desemprego na Espanha é alta. Em 2008, quando estudava e morava lá pude entender um pouco melhor que a cultura, a família e a economia espanhola suportam taxas de desemprego mais altas. É claro que 20% preocupam mas não é o fim do mundo, ainda mais quando as ultimas estatísticas mostram melhora na margem neste indicador. Por outro lado, a Espanha tem uma economia bastante diversificada com grandes bancos e empresas muito internacionalizadas. Eu diria que eles se aproveitaram muito bem dos anos de vacas gordas para se espalharem pelo mundo.

Mas e os problemas políticos? Verdade. Zapatero perdeu a maioria no Congresso e convocou eleições antecipadas. Vimos como recentemente a política pode influenciar na economia pelo que aconteceu nos EUA. Certamente o governo perde agilidade e capacidade de atuação mas a sociedade não deixará de avançar nos temas essenciais até o final do ano.

Deste modo, considero este ataque especulativo à Espanha e Italia como passageiros. Continuaremos presenciando problemas quanto a situação fiscal na Europa sobretudo nos países periféricos mas em 2011 a chance de default por parte destas duas economias é mínima. O BCE, por sua vez, deve dar uma pausa na subida de juros frente a desaceleração na recuperação da demanda mundial. Logo, continuo trabalhando com um EUR valorizado frente ao USD até o final deste ano. Oscilações são, obviamente, naturais e esperadas.

Nos EUA, o USD seguirá fraco e os juros baixos. A economia não consegue deslanchar. Entretanto a Treasury para 10 anos abaixo de 2,7% me parece um pouco exagerada ainda que exista uma grande possibilidade do FED manter os juros baixos até final de 2012.

O BRL seguirá forte até o final do ano entretanto é difícil mensurar como nossa moeda se ajustará em um cenário de retirada de estímulos nos EUA e uma recuperação mais forte da economia americana. A tendência natural da moeda brasileira face a estrutura micro e macroeconômica é de desvalorização. É como lutar contra a gravidade. Você não pode vê-la, mas ela existe e você sabe que no final, não pode vencê-la. São as leis da natureza. Precisamos ser cuidadosos na crença que o BRL seguirá valorizando ininterruptamente. Lembremos de 2008 quando o BRL estava próximo deste patamar e os agentes acreditavam que a moeda seguiria valorizando e as apostas vendidas seguiram crescendo. Os fluxos internacionais secaram, o credito barato sumiu e o BRL explodiu. Hoje as condições são outras mas a historia nos ensina a ter cautela.

Para fechar com um trecho do texto do Belluzzo de ontem no valor: “A racionalidade microeconômica, é verdade, só realiza seus desígnios enquanto mergulhada no “consenso altista” que induz os protagonistas privados a acreditar na valorização continuada da taxa de câmbio. Diria um keynesiano de boa cepa que no mercado de câmbio brasileiro as expectativas altistas são largamente predominantes ... Os surtos eufóricos de liquidez fácil e de endividamento externo – acompanhado de elevação dos preços dos ativos (inclusive câmbio) – são seguidos de “crise de confiança” e ajustamento recessivos. Infelizmente, os movimentos de capitais são e sempre foram pró-cíclicos, para desgosto dos que acreditam em Papai Noel ou em modelos mais tolos do que inúteis.”

sábado, 25 de junho de 2011

O mercado acionário em depressão

Relatório do Clube de Investimento

25 de junho de 2011

E estamos chegando ao final do primeiro semestre. A economia brasileira segue firme com as menores taxas de desemprego da serie histórica. A massa salarial segue crescendo. As pessoas continuam consumindo. O COPOM apertou o cinto da politica monetária com seguidas altas de juros (SELIC em 12,25%). Os investimentos para as Olimpiadas e a Copa do Mundo começam a aparecer. As empresas apresentaram resultados robustos com lucros significativos. O sistema financeiro está sólido com o crédito crescendo acima de 2 dígitos.

Qualquer um que lesse o paragrafo anterior diria que o IBOVESPA deveria ter subido nos primeiros seis meses do ano na esteira de dados econômicos tão positivos do lado da economia real. Não foi isto que ocorreu. Pelo contrário, até 22/06 o principal índice acionário do país amarga perdas de 11,7% no ano.

Em 2009 vimos uma FESTA exuberante no mercado acionário brasileiro, alta de quase 83%. No ano seguinte, veio a RESSACA: mercado estável com ligeira alta de 1%. Para 2011, era esperada uma recuperação da bolsa puxada pelo pujante consumo interno. NADA! A ressaca se prolongou tempo demais e com um BRL apreciado facilitando a importação de bebidas, os agentes e a bolsa caminham rumo à DEPRESSÃO. Na verdade, o IBOVESPA já apresenta um quadro depressivo.

O sujeito passou por maus momentos e entrou em depressão. Pouco a pouco a situação foi melhorando. A empresa bateu recorde de vendas e o camarada além de aumento ganhou bônus. Sob pressão da esposa trocou de carro e reformou a casa. Seu filho foi campeão no futebol e sua filha no volley. Sua mulher abriu um salão de beleza. Tudo parece bem, mas o sujeito continua desanimado.

Algo parecido acontece com a Bolsa. As coisas estão indo bem no Brasil, mas as ações não sobem. Atualmente o IBOVESPA está oscilando entre os 60 e 66 mil pontos. Os analistas técnicos estão preocupados caso o índice caia abaixo dos 60 mil. Os investidores e gestores estão desanimados. Isto não faz bem para o país.

Alguns argumentarão que o cenário externo é preocupante. E de fato é, mas há meses o mercado brasileiro está deslocado dos mercados mundiais. Há um mau humor generalizado. E é neste momento que devemos ser psicologicamente fortes, ter paciência e continuarmos comprando boas empresas.

Continuo com a mesma visão apresentada no inicio do ano. A recuperação nos EUA segue lenta e a pilha de dinheiro injetada pelo FED na economia continuará circulando por um longo período. Na Europa, caso a Grécia quebre as consequências serão imprevisíveis. Alemanha e França estão dispostas a pagar para ver o default grego? Os EUA deixaram o Lehman quebrar e o mundo continua sentindo o efeito disto até hoje.

Assim sendo, em minha opinião os países europeus tentarão até o ultimo momento evitar o calote grego. É claro que a Grécia precisa ajudar através da aprovação de um duro plano de austeridade e de um novo pacto social. Se isto ocorrer, mais um plano de ajuda será aprovado e os europeus comprarão um pouco mais de tempo. Melhor apostar em moedas dos países emergentes que contra o EUR.

Aproveitando este vai-e-vem da bolsa, fizemos algumas alterações em nosso portfolio durante o semestre. Com as parceiras anunciadas pelo banco INDUSVAL, o papel valorizou-se e aproveitamos para vender. Não está fácil para os bancos médios ganharem dinheiro com o custo de captação em alta.

Com lucro também vendemos GENERAL SHOPPING. As ações apresentaram valorização de 30% desde que a compramos a mais de 1 ano. Os bons resultados no quarto trimestre bem como a reestruturação financeira impulsionaram os papeis. Ora de vender e buscar outras oportunidades. Gosto do ativo, mas me preocupa como os bonds perpétuos impactarão as financeiras caso ocorra uma desvalorização cambial.

Vendemos também BROOKFIELD (BISA3). Os preços dos imóveis seguem em alta (embora a renda não acompanhe) e as construtoras apresentam consistente elevação nas vendas. Entretanto, acredito em um crescimento menor dos preços bem como dificuldade no lançamento de novos projetos. Com a inflação preocupando melhor colocar o dinheiro no bolso.

Por fim, vendemos Petrobras. As necessidades de investimentos e o mau humor pesam no valor de mercado da empresa. Em seu lugar aumentamos a posição em LUPATECH e compramos OGX. Não podemos ficar de fora do promissor setor de petróleo. Infelizmente baterem bastante em LUPA3. Como tudo no Brasil relacionado a investimento acontece devagar, os projetos que envolvem extração não avançam e a empresa não tem conseguido gerar caixa suficiente para satisfazer os investidores. A administração precisou sentar novamente para negociar o fluxo de pagamento dos seus títulos.

Mas as grandes duas decepções do trimestre foram CSN e POSITIVO. A primeira impactada diretamente pela tentativa da China de frear um pouco a economia uma vez que a inflação começa a preocupar. USD barato facilita a importação de aço. Menor demanda com maior produção na China pressionam os preços do aço para baixo. CSN sangra. A situação só não foi pior porque os preços do minério de ferro suavizaram a queda nas margens da siderúrgica. De qualquer modo, uma queda de 40% não tem justificativa. CSN continua com excelentes perspectivas para médio e longo prazo.

Já POSI3 tem sentido bastante a concorrência favorecida por um BRL apreciado. Os investidores ignoraram o forte desejo do brasileiro em comprar um computador e se desfizeram de posições na empresa. Como resultado, tivemos uma desvalorização de quase 50% no papel.

CREMER, nossa empresa de cuidados com a saúde ficou estável. Com a queda dos preços do algodão as margens devem voltar gradativamente. Observamos ligeira redução do lucro liquido no primeiro trimestre, mas a geração de caixa segue boa, bem como a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio.

Para não ficarmos de fora do setor mais rentável do Brasil, montamos uma pequena posição em BRADESCO. Banco sólido, com participação ativa em grandes empresas tem como vantagem uma expressiva participação em seguros para o varejo. O consumo de seguros aumenta com a elevação da renda.

De bom mesmo só CIELO que deu de presente para seus acionistas uma bonificação de 20% em ações. Para cada 5 recebemos 1 e em seguida as ações foram grupadas na razão de 3 para 1. A Redecard parece ter dado uma trégua na guerra de tarifas e as margens devem apresentar estabilização. A maquininha de dinheiro continua rodando na CIELO. Cada dia mais gente passa a usar cartão de credito ou debito.

Em resumo, neste semestre aproveitamos para vender algumas ações que atingiram nossos objetivos e nos posicionamos em outras que acreditamos ter maior potencial até 2015. No ano, nosso portfólio apresenta desvalorização de 15,8%.

Nossa carteira atual está mais concentrada como uma estratégia para maximizar valor: 21% em CSNA3, 21% em LUPA3, 16% em OGXP3, 15% em CREM3, 15% em CIEL3, 8% em POSI3 e 3% em BBDC4.

A história nos ensina que nos momentos de pessimismo e crise é onde se encontram as melhores oportunidades. Continuaremos a comprar ações de empresas sólidas ou com boas perspectivas para os próximos anos. Com a bolsa caindo ou de lado, seguimos ainda com nossa estratégia de alugar ou lançar opções.

Bruno Massera

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Juros na zona do euro devem subir

"Maintaining price stability over the medium term is our guiding principle"

Analisei o comunicado do ECB (Banco Central Europeu) das ultimas 5 reuniões para tentar entender melhor os próximos passos na zona do euro. Em fevereiro, os dados de inflação já mostravam alta e o Council anunciou que “very close monitoring is warranted”. Em março as expectativas continuaram mostrando deterioração variando entre 2% e 2,6% para 2011. O ECB mudou o tom e anunciou que “Strong vigilance is warranted”.

Em abril, veio a alta de 0,25% declarando que “our decision will contribute to keeping inflation expectations in the euro area firmly anchored”. No mesmo pronunciamento baixaram o tom para “We will continue to monitor very closely”. Na reunião seguinte em maio, continuaram identificando pressão de alta, principalmente nas commodities e energia. Declararam que as expectativas “must remain firmly anchored”. Não mudaram o tom e mantiveram a expressão “we will continue to monitor very closely”. Reforçaram ainda que a estabilidade de preços no médio prazo é seu principal principio: “Maintaining price stability over the medium term is our guiding principle, which we apply when assessing new information, forming our judgements and deciding on any further adjustment of the accommodative stance of monetary policy.”

A reunião de junho chegou e o mercado esperava uma sinalização contundente de alta de 0,25% para Julho. Embora o Council não tenha sido tão explicito quanto esperado pelo mercado, o tom do comunicado foi duro e deixou as portas abertas para uma elevação de 0,25% na próxima reunião. O mesmo tom utilizado em março, antes do aumento dos juros em abril, voltou a constar do comunicado do ECB: “strong vigilance is warranted”. Além disto a expectativa de inflação para 2011 subiu para um range entre 2.5% e 2.7%. Para 2012, quase nenhuma alteração. Adicionalmente, o ECB declarou que os dados desde a reunião de maio quando optaram por aguardar a evolução dos dados antes de uma nova alta “confirms continued upward pressure on overall inflation ... On balance, risks to the outlook for price stability are on the upside”. Por fim, as duas expressões seguintes sinalizam que a autoridade monetária está firmemente comprometida com a ancoragem das expectativas de inflação: “We will do all that is needed to prevent recent price developments giving rise to broad-based inflationary pressures. We remain strongly determined to secure a firm anchoring of inflation expectations in the euro area”.

Baseado nestas informações, no firme compromisso do ECB com a inflação, na continuidade da política monetária do FED em manter USD fraco (ampla liquidez e juros baixos) e, consequentemente, sustentação nos preços das commodities, minha opinião é que há uma grande possibilidade de elevação de juros na Europa na reunião de Julho. Se o ECB optar por aguardar mais uma reunião em virtude de melhora marginal no cenário e os preços das commodities e de energia não mostrarem sinal de queda, o Council não terá alternativas exceto a elevação dos juros em algum momento do segundo semestre.

A queda recente do EUR não altera meu call de que a moeda única européia seguirá mais forte que o USD no curto prazo.

Frankfurt am Main, 3 February 2011

To sum up, the current key ECB interest rates still remain appropriate. We therefore decided to leave them unchanged. Taking into account all the new information and analyses which have become available since our meeting on 13 January 2011, we continue to see evidence of short-term upward pressure on overall inflation, mainly owing to energy and commodity prices. This has not so far affected our assessment that price developments will remain in line with price stability over the policy-relevant horizon. At the same time, very close monitoring is warranted. Recent economic data confirm the positive underlying momentum of economic activity in the euro area, while uncertainty remains elevated. A cross-check of the outcome of our economic analysis with that of the monetary analysis indicates that inflationary pressures over the medium to long term should remain contained. Inflation expectations remain firmly anchored in line with our aim of keeping inflation rates below, but close to, 2% over the medium term. The continued firm anchoring of inflation expectations is of the essence.

Frankfurt am Main, 3 March 2011

The March 2011 ECB staff macroeconomic projections for the euro area foresee annual HICP inflation in a range between 2.0% and 2.6% for 2011 and between 1.0% and 2.4% for 2012. In comparison with the December 2010 Eurosystem staff macroeconomic projections, the ranges for HICP inflation have been shifted upwards.

To sum up, the Governing Council decided to leave the key ECB interest rates unchanged. The information which has become available since our meeting on 3 February 2011 indicates a rise in inflation, largely reflecting higher commodity prices. The economic analysis indicates that risks to the outlook for price developments are on the upside, while the cross-check with the monetary analysis indicates that the underlying pace of monetary expansion remains moderate. Recent economic data confirm that the underlying momentum of economic activity in the euro area remains positive; however, uncertainty remains elevated. The current very accommodative stance of monetary policy lends considerable support to economic activity. It is essential that the recent rise in inflation does not give rise to broad-based inflationary pressures over the medium term. Strong vigilance is warranted with a view to containing upside risks to price stability. Overall, the Governing Council remains prepared to act in a firm and timely manner to ensure that upside risks to price stability over the medium term do not materialise. The continued firm anchoring of inflation expectations is of the essence.

Frankfurt am Main, 7 April 2011

To sum up, the Governing Council decided to increase the key ECB interest rates by 25 basis points. The adjustment of the current very accommodative monetary policy stance is warranted in the light of upside risks to price stability that we have identified in our economic analysis. A cross-check with the signals from our monetary analysis indicates that while the underlying pace of monetary expansion is still moderate, monetary liquidity remains ample and may facilitate the accommodation of price pressures. All in all, it is essential that the recent price developments do not give rise to broad-based inflationary pressures over the medium term. Our decision will contribute to keeping inflation expectations in the euro area firmly anchored in line with our aim of maintaining inflation rates below, but close to, 2% over the medium term. Such anchoring is a prerequisite for monetary policy to contribute to economic growth in the euro area. At the same time, interest rates across the entire maturity spectrum remain low. Thus, the stance of monetary policy remains accommodative and thereby continues to lend considerable support to economic activity and job creation. Recent economic data confirm that the underlying momentum of economic activity continues to be positive, with uncertainty remaining elevated. We will continue to monitor very closely all developments with respect to upside risks to price stability.

Helsinki, 5 May 2011

To sum up, based on its regular economic and monetary analyses, the Governing Council decided to keep the key ECB interest rates unchanged following the 25-basis point increase on 7 April 2011. The information that has become available since then confirms our assessment that an adjustment of the very accommodative monetary policy stance was warranted. We continue to see upward pressure on overall inflation, mainly owing to energy and commodity prices. A cross-check with the signals coming from our monetary analysis indicates that, while the underlying pace of monetary expansion is still moderate, monetary liquidity remains ample and may facilitate the accommodation of price pressures. Furthermore, recent economic data confirm the positive underlying momentum of economic activity in the euro area, with uncertainty continuing to be elevated. All in all, it is essential that recent price developments do not give rise to broad-based inflationary pressures. Inflation expectations in the euro area must remain firmly anchored in line with our aim of maintaining inflation rates below, but close to, 2% over the medium term. Such anchoring is a prerequisite for monetary policy to make an ongoing contribution towards supporting economic growth and job creation in the euro area. With interest rates across the entire maturity spectrum remaining low and the monetary policy stance still accommodative, we will continue to monitor very closely all developments with respect to upside risks to price stability. Maintaining price stability over the medium term is our guiding principle, which we apply when assessing new information, forming our judgements and deciding on any further adjustment of the accommodative stance of monetary policy.

Frankfurt am Main, 9 June 2011

The June 2011 Eurosystem staff macroeconomic projections for the euro area foresee annual HICP inflation in a range between 2.5% and 2.7% for 2011 and between 1.1% and 2.3% for 2012. In comparison with the March 2011 ECB staff macroeconomic projections, the range for HICP inflation in 2011 has been revised upwards, largely reflecting higher energy prices. The projection range for 2012 has narrowed somewhat.

To sum up, based on its regular economic and monetary analyses, the Governing Council decided to keep the key ECB interest rates unchanged. The information that has become available since our meeting on 5 May 2011 confirms continued upward pressure on overall inflation, mainly owing to energy and commodity prices. A cross-check of the outcome of the economic analysis with that of the monetary analysis indicates that the underlying pace of monetary expansion is gradually recovering. Monetary liquidity remains ample, with the potential to accommodate price pressures in the euro area. Furthermore, the most recent data confirm the positive underlying momentum of economic activity in the euro area, while uncertainty remains elevated. Overall, our monetary policy stance remains accommodative, lending support to economic activity. On balance, risks to the outlook for price stability are on the upside. Accordingly, strong vigilance is warranted. On the basis of our assessment, we will act in a firm and timely manner. We will do all that is needed to prevent recent price developments giving rise to broad-based inflationary pressures. We remain strongly determined to secure a firm anchoring of inflation expectations in the euro area in line with our aim of maintaining inflation rates below, but close to, 2% over the medium term. This is a prerequisite for monetary policy to make an ongoing contribution towards supporting growth and job creation in the euro area.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um meio ou uma desculpa

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de vezes.

Da mesma forma, se você quiser construir uma relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo.

Se quiser um casamento gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem. Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.

Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não é modelo de sucesso. Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chopp com batatas fritas.Terá de planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.Terá de trabalhar enquanto os outros tomam sol à beira da piscina.

A realização de um sonho depende de dedicação, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, em verdade a ilusão é combustível dos perdedores pois...

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um MEIO.
Quem não quer fazer nada, encontra uma DESCULPA.

Por Roberto Shinyashik

PS: recebi por e-mail este texto e embora na internet as fontes sejam sempre suspeitas, a ideia do texto é excelente.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ontem e Hoje

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." (Rui Barbosa)

É uma vergonha o que está acontecendo no Poder Executivo em Campinas! Até quando vamos ter que conviver com isto no Brasil?

quarta-feira, 30 de março de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo, Adeus Ano Velho


Relatório Anual do Clube de Investimento

09 de janeiro de 2011

Feliz ano novo, Adeus Ano Velho

O ano de 2010 acabou e, no que diz respeito à bolsa de valores, não vai deixar saudades. O IBOVESPA valorizou-se míseros 1,04% no ano, mas para nós, o resultado foi um pouco pior, -4,89%. Mesmo descontando a taxa de administração, o resultado seria ainda um pouco negativo e a principal responsável pelo desempenho ruim é a POSITIVO, que teve desvalorização de quase 50%.

Pessoalmente falando, em 2010 corri minha primeira meia maratona com o tempo de 2 horas 3 minutos e 56 segundos. Para 2011 a minha meta é uma maratona. Mas voltemos ao mercado financeiro.

Do ponto de vista macroeconômico, o Brasil vai muito bem, obrigado. Os indicadores de emprego e crescimento seguem robustos. Com a renda crescendo, o consumo aumenta. Consumo alto, as receita das empresas crescem. Se elas foram eficientes, terão melhores resultados. É isto que eu espero a partir de fevereiro quando começarem as divulgações de resultados. Mas então por que a bolsa não subiu no ano de 2010?

Não há uma correlação direta entre crescimento econômico e alta da bolsa de valores. Precisamos considerar que 2009 a bolsa subiu mais de 80% já embutindo uma expectativa de crescimento para o ano seguinte, além da recuperação da crise. Como eu disse em relatórios anteriores, depois da festa vem a ressaca. O ano de 2010 comprovou ser o da RESSACA.

E o que esperar para 2011? No Brasil, com o desemprego no menor patamar histórico, a renda crescendo e as EXPECTATIVAS otimistas dos brasileiros, acredito em um bom ano para nós. Se considerarmos ainda que em 2010 o IBOVESPA subiu apenas 1%, temos uma boa chance de um 2011 com resultados significativamente melhores. O que pode atrapalhar este bom ano é uma situação ainda complicada na Europa e nos EUA.

Os EUA se recuperam lentamente com as trilionárias injeções de dólares na economia, enquanto a União Europeia luta para que seus países membros não quebrem. Para eles, 2011 será desafiador. Depois de salvarem Grécia e Irlanda, os demais países membros precisarão captar uma montanha de euros para refinanciar as dividas que vencem ao longo do ano. Portugal é a maior preocupação.

O ano de 2011 será definitivo para os europeus. Há os que acreditem que eles não aguentarão e o euro sucumbirá. Particularmente acredito que o euro e a União Europeia sobreviverão, mas o custo será alto para os países mais endividados. Precisarão ajeitar a casa, cortar gastos, reduzir o Estado de bem estar social que criaram e terão que conviver muitos anos com baixo crescimento. Eu, particularmente, não apostaria contra o euro (nem a favor), mas tem muita gente que vai apostar (e podem quebrar). Os alemães, como principais beneficiários do euro e a Alemanha como seu principal membro, deixará a União Europeia se desmantelar sem fazer nada? Já na Ásia, a China manifestou apoio e prometeu adquirir volumes consideráveis de dividas em sua versão oriental do plano Marshall. Com USD 3 trilhões em reservas, não é difícil comprar alguns bilhões de euros para ajudar os países mais endividados.

Agora olhando para o nosso umbigo, o que não foi bem em nossa carteira em 2010 e quais as expectativas para 2011?

A siderurgia brasileira passou por um forte ano de ajustes. O dólar barato influenciou importações volumosas de aço e os resultados de todas elas deixaram a desejar. Para este ano, acredito em recuperação dos resultados na esteira da recuperação mundial. Além disto, a demanda chinesa deve seguir forte bem como a demanda interna em virtude dos diversos projetos de infraestrutura anunciados ou em andamento. Estamos bem posicionados com CSN que adicionalmente, conta ainda com a possibilidade do tão aguardado IPO da Casa de Pedra.

O setor de construção civil deve bater recordes em 2010 e tudo indica que baterá novamente em 2011. Crédito abundante e demanda forte trarão bons resultados para as empresas do setor. A BROOKFIELD apresentou bons resultados em 2010, superando expectativas, mas não suficiente para uma alta superior a 10% em nossa carteira. Devemos ficar de olho em EZTEC, empresa com melhor margem no setor.

Em petróleo temos a tradicional PETROBRAS, que em nossa carteira apresentou leve valorização, mostrando o bom momento em que nos posicionamos nela. Além disto, desde setembro temos utilizado estratégias envolvendo opções para rentabilizar esta posição. Ganhamos quando lançamos opções acreditando na baixa de curto prazo e perdemos quando as compramos esperando alta. Como disse em relatórios anteriores, acredito que uma boa forma de aproveitarmos este bom momento do Brasil nesta área é comprando ações de empresas fornecedoras de peças e serviços. Assim, no final do ano montamos uma pequena posição em LUPATECH. Com ela devemos ter paciência, pois seus resultados não melhorarão até que a fase de extração ganhe corpo, o que está previsto para o segundo semestre de 2011. Até lá, vamos aproveitar para ir comprando.

Como 2011 será mais um ano de consumo, temos quatro ações em nosso portfolio voltadas para o mercado interno. GENERAL SHOPPING deve mostrar excelentes resultados no quarto trimestre, ainda que eu tenha preocupações com a captação de bonds perpétuos em dólar realizada no final do ano. POSITIVO foi muito castigada após os resultados do 3º trimestre, em função dos fracos números e da forte concorrência no mercado domestico. Acredito que a desvalorização foi exagerada e que podemos ser surpreendidos pela companhia no ano de 2011. O computador passou a ser o desejo de consumo do brasileiro e a Positivo é a líder neste setor. Devemos lembrar ainda que a grande massa de brasileiros pertence a classe C.

Outra empresa bastante castigada pelos investidores receosos com o ambiente competitivo foi a CIELO. Novamente acredito que a dose foi exagerada. Após a CIELO continuar mostrando bons resultados e comprovar sua capacidade em manter-se como a maior e melhor empresa do setor, os investidores voltarão e nós já estaremos lá, esperando para colher os frutos. Por ultimo a CREMER, forte geradora de caixa e com excelente posicionamento na área de produtos para cuidados com a saúde. A explosão dos preços do algodão afetou o resultado da Companhia que não conseguiu repassar preços na mesma velocidade. Veremos como o management atuará em 2011.

No Brasil, não podemos ficar de fora do setor financeiro. Embora o mercado olhe com desconfiança para o Banco INDUSVAL, continuo acreditando no posicionamento no Middle Market (indo para o Large também). Se 2010 foi o ano de repensar a estratégia, espero que 2011 seja o ano da virada, com a estratégia finalmente trazendo resultados depois de 2 anos de praticamente estagnação.

Os investidores, sobretudo os iniciantes, ficam ansiosos e preocupados quando suas ações caem ou não sobem. O mercado de ações exige DISCIPLINA e PACIENCIA. Estudos demonstram que são poucos que atuando ativamente (comprando e vendendo) conseguem superar os índices de referencia. Particularmente acredito que a seleção de um bom conjunto de ações traz mais resultados no longo prazo se adequadamente gerenciado. Tenho certeza absoluta que nossos resultados virão. AGUARDEM!

Um feliz 2011, repleto de alegrias, saúde e sucesso para todos nós e nossos familiares.

Bruno Massera

 
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