quinta-feira, 29 de abril de 2010

Perspectivas da Economia Brasileira

Hoje pela manhã participei de um seminário organizado pela consultoria Tendências sobre as perspectivas da Economia Brasileira.

Participaram do seminário renomados economistas e cientistas políticos. Mailson da Nóbrega abriu o seminário. Em seguida, conduziu um debate sobre o cenário político e as eleições presidenciais entre os cientistas políticos Carlos Melo e Lúcia Hippolito. Show à parte da Lúcia.

No segundo painel, Gustavo Loyola conduziu um debate sobre cenário econômico entre os professores da PUC-Rio Rogério Werneck e José Márcio Camargo. Por fim, Marcelo Odebrecht encerrou o seminário apresentando sua visão sobre as oportunidades e riscos de investir no Brasil.

No primeiro painel, chamou a atenção a discussão sobre a(s) prioridade(s) para o próximo governo. O destaque ficou com a reforma tributária e fiscal. Embora o Brasil tenha avançado institucionalmente, nosso sistema tributário se mostrará no futuro próximo como o principal entrave ao nosso crescimento.

No segundo painel, o professor Rogério mostrou-se preocupado com a questão fiscal. Embora, agora, aos olhos do mundo o Brasil apresente uma situação fiscal confortável (haja vista a situação fiscal dos EUA, Europa e Japão), a tendência fiscal das contas públicas indica graves problemas à frente. As manobras contábeis tentam camuflar o aumento do endividamento bruto e a relação entre Tesouro e BNDES causa desconforto. Loyola brincou, "A dupla Pelé e Coutinho funcionou bem no passado. Já a dupla atual Meirelles e Coutinho parece não funcionar muito bem." Particularmente, espero que o próximo governo mostre mais austeridade fiscal.

Já o professor José Márcio comentou sobre o novo ciclo de investimentos para a economia brasileira. No passado, o Brasil sempre cresceu focando investimento em capital físico. Daqui para frente, se quisermos ter um crescimento sustentável, precisaremos investir em capital humano e P&D. Investir nas PESSOAS.

O nível de poupança no Brasil é baixo, consequentemente o investimento também. O principal problema está na poupança do governo que é negativa. A poupança privada não consegue sustentar o investimento sozinho. O Governo precisa parar de gastar. E o momento é agora (já passou da hora, na verdade). O professor falou algo óbvio, mas que precisa ser repetido constantemente: o Brasil precisa investir nas pessoas. EDUCAÇÃO. Embora a população em geral acredite que a educação e formação sejam essenciais, nunca nenhum presidente ganhou uma eleição com um programa pautado em educação (me recordo do pobre Cristovam Buarque).

Fechando com chave de ouro, Marcelo Odebrecht apresentou a visão do empresário sobre o Brasil: "Brasil até as olimpíadas Rio 2016 é aposta certa". E enfatizou os mesmos problemas apontados nos outros debates: necessidade de infra-estrutura (logística e mobilidade urbana) e PESSOAS. Ele disse que está impressionado (e preocupado) com a falta de profissionais qualificados no mercado. Ele disse que o bom profissional hoje nem precisa enviar currículo, já está contratado. O grupo ODEBRECHT já sente a falta de engenheiros. Imaginem nos próximos anos. Comentou que o grupo tem investido nas pessoas, não por filantropia, mas por necessidade.

No último slide enfatizou novamente que as empresas precisam investir nas pessoas, sem as quais o Brasil não conseguirá continuar crescendo "pós-Olímpiadas". Pessoalmente, acredito que as empresas brasileiras estão sentindo na pele a necessidade de investirem na qualificação das pessoas frente a internacionalização que muitas estão vivenciando.

Será que agora o país dará a devida atenção às pessoas? Enquanto isto, cabe a cada um de nós investir em nossa própria formação e educação. Este é o melhor investimento que podemos fazer.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tempo, Poupança e Homebroker


Após a aula de spinning e voltando para casa, comecei a refletir sobre como perdemos tempo. Como já tinha decidido falar sobre poupança e homebroker hoje pela manhã, resolvi incluir uma breve reflexão sobre a perda de tempo em São Paulo. E antes que comecem a se perguntar se os assuntos tem alguma interligação, respondo: não tem. Apenas resolvi falar um pouco sobre os três em um mesmo texto.

É impressionante como perdemos tempo em São Paulo com coisas banais. Mesmo considerando que sou um certo privilegiado por morar perto do trabalho, poder correr na USP e Villa Lobos com facilidade e ter academia localizada próximo, há dias em São Paulo que a movimentação é dificil ou os serviços prestados nos tomam tempo. Como estava chovendo, deixei a moto em casa e fui trabalhar de carro (como a semana toda, alias). No final da tarde, mesmo saindo às 19h do trabalho, demorei 30 minutos para chegar na academia. Em geral, levo 5. Fiz minha aula de spinning e fui para o estacionamento da academia (pago durante à noite) para pegar meu carro. Esperei 15 minutos porque havia uma fila de pessoas esperando e os manobristas não estavam dando conta. Nestas horas que dá aquela vontade de morar em cidades do interior, menores e sem situações como esta.

Bem, agora falando da poupança. Embora com captação baixa em março, a poupança recebeu mais de 4 bilhões de reais durante o primeiro trimestre deste ano, batendo o recorde da serie historica iniciada em 1997. Quais as conclusões que tiramos disto? Basicamente três: a renda da população tem aumentando, pessoas estão conseguindo poupar alguma coisa e este pouco que conseguem guardar colocam na poupança ou por facilidade ou por desconhecimento. Mas Bruno, não tem gente rica que coloca dinheiro na poupança? Sim, é verdade, mas há uma multidao de brasileiros que coloca valores absolutos baixos na poupança. É aquela primeira nota de R$ 50 (ainda me lembro quando abri minha poupança quando pequeno) guardada com carinho. É sempre uma boa noticia ver a poupança das familias aumentando. Aliás, peço desculpas àqueles que me enviaram perguntas (em geral sobre CDBs e poupança) e não respondi. Prometo colocar em dia as mais de 20 mensagens atrasadas em minha caixa postal.

Pulando para o home broker agora. As transações no home broker (sistema de negociação de ações via internet) bateu recorde em março atingindo 6,269 milhões. Outra boa notícia, embora o numero de contas tenha reduzido no mês. Contente mesmo vou estar quando ultrapassarmos o milhão de investidores (557,936 em Março). Melhor ainda será se estes investidores tiverem consciencia de que a bolsa não é um cassino e estiverem visando médio e longo prazo. Estou sendo ingenuo? De qualquer forma é COMPRA para BVMF3 (código da ação da bolsa). Quando (e se) voltar para os R$ 11, vou encarteirar alguns lotes no clube de investimento.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Março: frustrante

31 de Março 2010

Relatório Mensal do Clube de Investimento

Março: frustrante

O índice BOVESPA terminou o mês de março aos 70.371 pontos, subindo 5,82%. Em contrapartida, nossa carteira apresentou desvalorização de 1,27%. Frustrante foi o desempenho do nosso portfólio. Em situações como esta em que o mercado anda de lado, algumas ações se saem melhor que outras. As nossas apresentaram desempenho pior.

Começando pelo front externo, vimos discursos de Alemanha e França em favor da Grécia. Discursos que de uma forma ou de outra acalmaram um pouco o mercado. Aparentemente, a Grécia conseguirá financiar suas dividas de curto prazo através de emissões de novos de títulos ainda que tenham que pagar um prêmio por isto. Do lado das moedas, euro e libra mostraram alguma reação no final do mês após atingirem importantes suportes em 1,33 e 1,48 contra o dólar no intra-mês.

Nos EUA, o FED manteve inalterada a taxa de juros. Destaque para a manutenção do discurso de que os juros serão mantidos baixos por um longo período (“extend period”). Ben Bernanke continua mostrando preocupação com o mercado de trabalho. É provável que vejamos alguma melhoria no mês de abril, mas mudanças significativas apenas no segundo semestre.

Conclusão: veremos as moedas européias bastante pressionadas ainda, com o euro e a libra podendo romper importantes barreiras históricas contra o real e mesmo contra o dólar. Continuo recomendando a compra destas moedas para quem pretende viajar.

No Brasil, tivemos eventos significativos durante o mês. O forte desempenho do mercado acionário no mês foi puxado, sobretudo, pela VALE e outras mineradoras, após o anuncio da intenção por parte da VALE de reajuste de mais de 100% no preço do minério de ferro. Além disto, a temporada de balanços no Brasil terminou com as companhias apresentando bons resultados em 2009 indicando que de fato a crise ficou para trás e daqui para frente a tendência é de melhora. Contudo, entretanto, todavia, o mercado sinalizou que não esta comprando qualquer coisa assim como no passado. O inicio da negociação das ações da OSX (estaleiro do Eike) foi pífio. Além de reduzirem o volume e preço da oferta, as ações desvalorizaram mais de 10% logo na estréia. Bom sinal de maturidade para a bolsa.

Por fim, o Comitê de Política Monetária (COPOM) manteve inalterada a SELIC, taxa de juros, em 8,75%. Não fomos surpreendidos com tal medida conforme call no relatório de fevereiro, entretanto alguns agentes do mercado ficaram “indignados” com a passividade do comitê. Que pese a pressão inflacionária no curto prazo e a expectativa para o IPCA em 2010 acima da meta, no meu entender a decisão foi acertada. Pendente está apenas a decisão do Meirelles de permanecer ou não no cargo. Tudo dependerá da vontade do Lula, Meirelles está vendido nesta historia.

Em nossa carteira, BISA3, GSHP3 e TBLE3 apresentaram desempenhos negativos, mesmo com os bons resultados corporativos. Aparentemente, algo pontual, sem tendência. Aproveitamos queda adicional em BISA3 para aumentarmos posição. Tal estratégia segue o descrito no call anterior aproveitando a volatilidade de curto prazo.

OGX se recuperou um pouco no mês, mas foi insuficiente para recuperar as perdas de janeiro e fevereiro. O mercado parece um pouco cético quanto aos bons resultados das perfurações anunciadas quase que semanalmente. Além disto, o IPO da OSX afetou negativamente a OGX.

Por sua vez, Cremer nos deu alegria. Os bons resultados anunciados começam a chamar a atenção do mercado e o reflexo foi uma valorização de mais de 13% no mês. Esta empresa ainda vai nos trazer muita felicidade.

Vale um último comentário sobre General Shopping: estive no final do mês no Outlet Premium na Rodovia Bandeirantes e fiquei impressionado com o numero de pessoas. Nada como sentir na pele o que pode impactar (positivamente neste caso) nossas ações.

Nosso portfólio fechou o mês da seguinte forma: BISA3 com 26,46%; CREM3 com 22,67%, OGXP3 com 22,14%; TBLE3 com 13,29%; GSHP3 com 11,56% e 3,88% em caixa.

Para Abril, a expectativa é que a bolsa rompa a barreira dos 70 mil e siga em alta rumo ao topo histórico. Em março perdemos uma boa oportunidade de nos posicionarmos em CIEL3 após a entrada pesada da Geração Futuro, mas continuamos de olho. No lado das commodities, CSN entrou no radar.
 
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