terça-feira, 30 de novembro de 2010

Novo simulador de ações

Em mais uma boa iniciativa voltada a educação financeira e à popularização do mercado de ações, a Exame e a BM&F Bovespa lançaram um simulador de ações com a cara de um homebroker.



terça-feira, 16 de novembro de 2010

Oportunidade de fim de ano - BOLSA

Desde a semana passada a volatilidade tem aumentado com a volta dos problemas fiscais na Europa. No começo do ano foi a Grecia, agora é a vez de Irlanda e Portugal. Em minha opiniao, embora a situação fiscal europeia seja preocupante, não acho que vão deixar nenhum pais da zona do euro quebrar. Para mim, a Grecia é um dos piores casos e não quebrou. Irlanda e Portugal estao tentando arrumar a casa e sofrerão, mas não quebrarão. Logo, a realização forte na bolsa esta semana e a valorização do dólar (consequente desvalorizacao das outras moedas) me parecem temporárias.

Portanto, para mim esta é uma das últimas oportunidades DESTE ANO para entrarmos na bolsa em um bom momento. Ou alguém acredita que os fundamentos da economia brasileira mudaram? Alguém acredita que pelo menos até o fim do primeiro semestre o FED irá parar de entupir a economia de dólares levando a uma apreciação das outras moedas? Bem, se voces concordam que os fundamentos do Brasil continuam atraentes e que os EUA e a China continuarão incentivando suas economicas é hora de entrar COMPRANDO.

sábado, 30 de outubro de 2010

Outubro: Mais 4 anos do mesmo!

Relatório Mensal do Clube de Investimento

30 de outubro de 2010

Outubro: Mais 4 anos do mesmo!

Amanhã será definido o futuro do país. Ainda que eu tenha alguma esperança na vitória do Serra, é mais provável a vitória dA LULA. A oposição venceu a primeira batalha, mas o PT acabará vencendo a guerra. O triste desta eleição foi o BAIXISSIMO nível das discussões. O ultimo debate na Globo foi patético. Pareciam falando a mesma coisa, respostas genéricas e populistas, sem abordar de maneira profunda os principais problemas do país. Independente de quem vença, o Brasil continuará crescendo forte nos próximos anos.

Diferentemente do que eu comentei em meu ultimo relatório, a capitalização da Petrobras foi uma vergonha e o papel continuou sua tendência de baixa enquanto OGX subiu. Não houve oportunidades para trocarmos os papeis conforme eu gostaria. Para minimizar as perdas com Petro, utilizamos estratégias envolvendo compra e venda de opções durante os meses de setembro e outubro com resultados positivos. Mesmo considerando toda a prejudicial influencia politica na gestão da empresa é difícil não ficar posicionado no papel no longo prazo. Se a companhia tiver um processo de extração do pré sal eficiente é provável que a Petro se torne uma das principais empresas petrolíferas do mundo. Eu não quero ficar de fora ainda que aceite carregar um papel “pesado” por algum tempo.

Ainda falando em petróleo, no mês de outubro a HRT concretizou seu IPO captando R$ 2,6 bi. Mais uma nova empresa não operacional de petróleo no mercado. Na esteira, a Karoon (empresa australiana) também protocolou seu IPO na CVM esperando captar R$ 1,7 bi. Fiquei pensando então qual seria a melhor forma de participarmos deste “boom” do petróleo no Brasil. Devemos pensar em toda a cadeira produtiva e não somente na última ponta. Quem fornece material para a indústria? Quem presta serviços? Em minha opinião a LUPATECH se beneficiará diretamente deste momento, sobretudo na fase de extração do petróleo.

O que mais podemos esperar para o Brasil daqui pra frente? MAIS CONSUMO. Hoje indo para Campinas parei no Outlet Premium, da General Shopping. Fiquei impressionado. Não havia vagas para estacionar. Quase fui embora. Demorei 20 minutos para parar o carro. Este final de ano promete ser o melhor da historia para o setor de shopping centers e varejo em geral. Nunca antes na historia o brasileiro consumiu tanto. Em 2011 alguém acredita que será diferente?

Aliás, General Shopping finalmente reagiu. O papel valorizou-se mais de 20% em nossa carteira. A administração tem tomado medidas para melhorar o perfil do endividamento como uma captação de bônus perpétuos em dólar, por exemplo. Se por um lado é bom, por outro fico um pouco preocupado com a exposição em dólar de uma companhia com receita puramente em R$. Espero que a Companhia tome medidas para minimizar os efeitos da variação cambial.

Voltando ao consumo e ao final do ano. As recentes noticias na mídia reportam que notebook é um dos principais desejos de consumo do brasileiro para o fim de ano. Logo, POSITIVO, bem posicionada nas classes C e D. Não acredito que o Alfa traga grandes impactos no resultado, mas sinaliza preocupação com pesquisa e desenvolvimento. O que é saudável.

Bem, se os brasileiros vão (estão) consumindo como loucos, vão pagar como? Cartão de crédito e débito. Literalmente, CIELO é uma máquina de dinheiro. Mesmo com a concorrência acirrada, a empresa deve apresentar bons resultados, no mínimo mantendo seu lucro e uma boa geração de caixa. Isto posto, podemos esperar bons dividendos. Não só da CIELO como também da CREMER que continua entregando dinheiro na conta.

O que mais? Construção. Crédito farto, renda em alta, brasileiro comprando sua casa própria. Brookfield (BISA) apresentará seus resultados em breve e não espero nada menos que excelentes. Sendo otimista, os resultados do quarto trimestre devem ser excepcionais.

E para construir, precisamos de aço. E para produzir aço, precisamos de minério de ferro. CSN tem tudo isto e mais um pouco. Os resultados do terceiro tri não foram lá muito bons, uma vez que há excesso de aço no mundo right now, mas com a recuperação mundial, a demanda voltará a crescer e paralelamente a demanda também crescerá no Brasil com todas as obras de infra estrutura em andamento e as que serão realizadas para a Copa e as Olimpiadas. Be patience!

Com um relatório otimista desses, o que justifica o desempenho do clube em linha com o IBOVESPA no ano? Tirando o fato da carteira tem sido construída ao longo do ano, devemos lembrar que em 2009 a bolsa subiu estúpidos 82%. Após uma boa festa, vem a ressaca. E embora todo mundo prometa que não vai voltar a beber, o ser humano é fraco e logo quer ir pra festa novamente. Talvez tenhamos um “esquenta” este final de ano, mas se não tivermos, a festa vai rolar novamente em 2011.

Bruno Massera
Outubro 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Livro: Desafio aos deuses

O livro aborda a historia da administração do risco (estatistica, probabilidades, etc) o que traz diversas informações interessantes sobre quando e por quê o homem começou a refletir sobre risco e probabilidades. Neste caso, por exemplo, as grandes questões estavam relacionadas aos jogos de azar.

Em uma das passagens, no capítulo "As noções notáveis do homem das noções notáveis", falando dos anos entre 1200 e 1700 e como os mercadores aprenderam desde cedo a empregar a diversificação para diminuir os riscos, o autor extrai um pequeno trecho da obra de Shakespeare:

Todas as minhas cargas não estão confiadas a um só navio, nem as dirijo para um só ponto; nem o total de meus bens está à mercê dos contratempos do presente ano. Não são, pois, minhas especulações que me fazem ficar triste. (ato I, Cena 1)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Medo"

Quando eu leio uma chamada destas na UOL e em outros jornais "menos especializados", admito que me assusto.

Dólar cai para R$ 1,675, menor cotação em 2 anos


Dado todo o cenário macroeconomico brasileiro e mundial, não causa espanto o dólar atingir o menor patamar em 2 anos após o Ministro da Fazenda anunciar ao mercado uma medida justamente para limitar a apreciação do real?

Mesmo considerando que o dólar está perdendo valor em todo mundo com o euro e libra recuperando parte do valor perdido durante o começo do ano com a crise fiscal europeia, o Japão reiniciando operações para conter a apreciação da moeda e a China continuando a aumentar suas reservas, eu não vendo dólares neste nível. Pelo contrário, compro!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Corrida


"Correr é mais do que colocar um pé na frente do outro. É sobre estilo de vida e quem você é."
(Joan Benoit Samuelson)

domingo, 26 de setembro de 2010

Expomoney

Ontem fui na Expomoney aqui em São Paulo e tive uma grata surpresa com relação à infra estrutura do evento. Desconsiderando a localização (Transamerica é longe) e o custo do estacionamento de R$ 24,00, o evento estava excelente.

Estavam presentes as principais corretoras do país, além dos bancos, consultorias financeiras, mídia especializada e algumas empresas grandes (BRF, CSN, CPFL, Usiminas, Gerdau, Vale, etc) e pequenas (Metal Frio, Renova Energia) que mostraram preocupação no contato com os investidores pessoas físicas.

Meu objetivo principal era assistir à uma palestra do Alexander Elder (
http://www.elder.com), famoso trader e autor de alguns livros tais como "Aprenda a operar no mercado de ações" e "Como se transformar em um operador e investidor de sucesso". A fila para entrar na sala estava gigantesca, mas consegui assistir à palestra.

Elder iniciou falando de três coisas que julga fundamental para o desenvolvimento de uma metodologia eficaz para operar no mercado. Mind, method, money. Destacou que para os investidores iniciantes tentar entender o mercado é o principal enquanto os mais experientes gastam bastante energia com fatores psicológicos e emocionais.

Quanto ao método, destacou que para ele a analise técnica moderna, computadorizada, é a mais eficiente quando se quer operar. Entretanto afirmou que o perfil do investidor é fundamental para a definição de um método. Os fundamentalistas, por exemplo, precisam de ferramentas adicionais.

Apresentou ainda a importância do gerenciamento de risco mostrando sua técnica dos 2%. Nunca deve-se colocar mais de 2% da carteira em risco em apenas uma operação.

Por fim, afirmou que é necessário manter um diário com as operações pois é com estas anotações que o trader consegue aprender e estudar a si mesmo.

Com muito bom humor, Elder fez uma palestra de pouco mais de uma hora mostrando que além de técnica, o investidor deve desenvolver seu lado emocional.

A organização da ExpoMoney (
http://www.expomoney.com.br) está de parabéns pelo evento. Quem não foi este ano pode esperar até o ano que vem ou pode aproveitar para comparecer em outra cidade. A próxima acho que é em Belo Horizonte.

domingo, 12 de setembro de 2010

Auto-Sugestão

Ainda do livro do Napoleon Hill, sobre a "lei da auto-sugestão":

Se pensa que está derrotado, você estará,
Se pensa que não tem coragem, você não terá,
Se gosta de vencer, mas pensa que não pode,
É quase certo que não vencerá.

Se pensa que vai perder, você está perdido,
Porque, pelo que se vê,
O sucesso começa com a vontade -
Tudo depende do estado de espírito.

Se pensa ser inferior, você é,
É preciso pensar alto para subir,
É preciso estar seguro de si
Para ganhar um prêmio.

As batalhas da vida nem sempre são vencidas
Pelo mais forte ou pelo mais rápido.
Mas cedo ou tarde vencerá
Aquele QUE PENSA QUE PODE!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pense grande

Estou lendo o livro do Napoleon Hill, Quem pensa enriquece (Think and Grow Rich). Abaixo segue um poema extraido da página 44.

Fiz com a Vida o trato de receber uma moeda,
e a Vida não me pagou mais,
Embora mais tarde eu pedisse,
Ao verificar o pouco que tinha.

Porque a Vida é um patrão justo
Que dá o que você pede.
Mas, uma vez acertado o pagamento,
É preciso suportar a tarefa.

Eu me contentei com um salário vil,
Só para descobrir, consternado,
Que a Vida me pagaria de boa vontade
O que eu tivesse pedido.


domingo, 5 de setembro de 2010

Morte e Vida

Na sexta-feira recebi duas noticias envolvendo a morte de pessoas próximas. A primeira foi a do pai de um grande amigo. A segunda foi envolvendo um amigo do ensino fundamental. Durante a noite, fiquei refletindo sobre a morte e a vida, algo que fazemos apenas em momentos como este.

No dia seguinte pela manhã, compareci ao enterro do meu amigo e durante a cerimônia, além da dor da perda, fiquei pensando em todos os momentos que vivemos juntos na escola. É interessante parar para lembrar da sua vida e ver como as pessoas se encaixaram ou encaixam nos acontecimentos que formam a sua história.

Nos dias de hoje, onde dedicamos cada vez mais tempo ao trabalho ou ao nosso "desenvolvimento profissional", acabamos nos esquecendo de nós mesmos, daquilo que é realmente importante para nós. Lá ou ali, no fim da vida, quando estivermos fazendo o balanço daquilo que vivemos é que nos daremos conta de que são as PESSOAS que realmente importam. São nossos amigos e familiares, são as pessoas que conhecemos durante a vida e que compartilharam conosco bons ou maus momentos, são elas e o quanto de amor demos e recebemos que fará que nossa vida tenha valido a pena. Não é o quanto ou onde trabalhamos, nem quantas casas, carros ou mesmo dinheiro temos. Serão aqueles momentos que passamos com nossos amigos, familiares ou mesmo pessoas desconhecidas que fizeram nossa vida ter sentido.

Não podemos nos esquecer que a vida passa rápido. Para alguns, o tempo passa mais rápido ainda. Por isto, pensemos no futuro e nos planejemos para ele, mas sem esquecer de viver o presente. Curtir os amigos, passar tempo com a familia e dedicarmos um pouco de nós às pessoas que não conhecemos e às causas em que acreditamos. Como diz o nome da música do Coldplay, Viva la vida!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Positivo (POSI3) é compra?

Um amigo e membro do clube de investimento fez uma excelente analise sobre a Positivo, recomendando compra. Do ponto de vista de mercado me parece bastante coerente e racional.

Vejo algumas oportunidades de mercado para a Positivo:

- Forte especulação que será comprada logo, principalmente pela Lenovo
- Empresa líder no mercado nacional de desktops/notebooks, com 60% de share
- Grande parcela de consumidores "deixando" as lan houses e comprando seus primeiros computadores. Para o consumidor mais jovem, é o primeiro item na "lista de desejos"
- Setor de PCs "montados" vem perdendo muito mercado para os PCs "de marca", direcionado por fortes canais de venda (Casas Bahia, hipermercados, lojas virtuais) e crédito (parcelas a perder de vista)
- Não cheguei a acessar um "índice de troca" do setor de computadores, mas imagino que deva ser entre 2 e 3 anos, portanto mais rápido que outros eletronicos (televisão, aparelho de som, etc) e elestrodomésticos (geladeira, fogão, etc)
- Investimentos do governo na modernização e distribuição de banda larga, provavelmente acompanhado de informatização na educação (empresas nacionais devem ter ampla vantagem nas licitações)
- Apesar do crescimento dos smart phones, acredito que os consumidores continuarão a ter um desktop/notebook, além do mercado corporativo.
- O Alfa superou todas as expectativas de vendas. Apesar da versao atual do Kindle (principal concorrente) ainda ser um produto melhor, o Kindle é importado (baixa distribuição) e não é customizado para o consumidor brasileiro (menus, manual, dicionário, etc). Acho que será um dos destaques do próximo Natal e o crescimento dos e-readers é inevitável.
- Outras inovações: notebooks mais sofisticados, media centers e já especula-se sobre a criação do primeiro tablet brasileiro (links de reportagens abaixo)

Alguns riscos:
- A especulação da sua venda já dura anos
- Altamente influenciada por cambio (praticamente todas as pecas são importadas)
- Substituição de computadores por smart phones, ainda fora do portfolio da empresa
- Possibilidade de fracasso/endividamento nas tentativas de inovação

Agosto: Petrobras patina

31 de Agosto 2010

Relatório Mensal do Clube de Investimento


Após três meses, estamos de volta com nosso relatório. No final de Junho fui viajar para Israel, passei o mês todo de Julho lá aproveitando o sol e voltamos a ativa em agosto. E o que aconteceu de lá para cá? Olhando do começo de junho até o final de agosto tivemos uma pequena alta de 3,33% no IBOVESPA, ou seja, pouca coisa. Se olharmos mês contra mês aí sim concluímos que as coisas foram agitadas principalmente no mês de Julho, quando o IBOVESPA subiu 10,8%. Comentaram que aqui no Brasil fez bastante frio em Julho. Acho que o pessoal não tinha nada para fazer e resolveram começar a comprar ações porque o fluxo de recursos para a bolsa foi grande.

Os indicadores econômicos nos EUA e Europa continuam apresentando um cenário de recuperação lenta embora em alguns momentos um ou outro dado positivo anime o mercado. A estratégia chinesa de frear o crescimento tem surtido efeito, entretanto os países exportadores de commodities como é o caso do Brasil tendem a ser impactados diretamente pelos movimentos chineses.

No Brasil, os dados econômicos seguem robustos e os índices de inflação de junho e julho vieram próximos de zero. Para agosto, há a expectativa de inflação ainda baixa, graças a alimentação. A tendência é que a inflação volte a subir, mas se mantenha bem comportada dentro da meta traçada pelo BC. È praticamente consenso de que o Banco Central interrompera o ciclo de alta nos juros e mantenha a SELIC em 10,75%.

O que segue segurando a bolsa brasileira é o mega processo de capitalização da Petrobras. As ações continuam caindo enquanto o governo não decide qual será o preço do barril. Os últimos boatos eram de US$ 8,5 por barril. Uma decisão final deve ser anunciada nos próximos dias e se vier em linha com o mercado será um importante trigger de alta para a ação. Por isto compramos opções com vencimento em setembro e outubro.

Após as férias e com caixa cheio, fomos às compras com o objetivo de formarmos nossa carteira de longo prazo. Aproveitamos a forte subida de OGX para zerarmos nossa posição, pelo menos no curto prazo. A empresa do Eike subiu devido às novas descobertas e pela patinada da Petrobras. Se a PETR subir, a OGX deve cair. Acredito que logo após o fim do processo de capitalização será um bom momento para vendermos Petro e comprarmos OGX.

Entramos também no banco Indusval. A instituição que ainda se recupera da crise de 2008 mostra-se com uma administração bastante conservadora ao manter as provisões altas. Com o crescimento da economia e a recuperação do credito, a inadimplência deve cair e o banco voltará a emprestar mais fortemente para as empresas do middle market, seu foco.

Após uma realização de lucros em Cremer no mês de Junho, deixamos de ganhar parte da distribuição de caixa para os acionistas em julho. Em agosto aproveitamos as quedas para nos posicionarmos novamente no papel. A estratégia para Cremer será simples: comprar sempre que tivermos dinheiro em caixa e as ações caírem

Compramos também Cielo acreditando em todo o potencial de crescimento do setor de cartões no Brasil e as altas margens auferidas pela empresa com forte distribuição de dividendos. O risco de concorrência com a entrada de novos players é bastante inferior aos prováveis resultados dos próximos anos.

Por fim, aumentamos a posição em CSN. Siderurgia, minério de ferro e cimento, é tudo que o Brasil e a China vão precisar nos próximos anos. Não vejo outra empresa melhor para se beneficiar do crescimento dos dois países no médio prazo.

No acumulado do ano, o desempenho do clube é melhor que o do IBOVESPA: -3,19% contra -5,02%. No final do mês, nosso portfólio fechou da seguinte forma: CSNA3 com 26,8%; CREM3 com 17,5%, PETR4 com 17,4%; CIEL3 com 12,5%; BISA3 com 12%; GSHP3 com 6,3%, IDVL4 com 5,4%, opções com 1,28% e o restante em caixa.

Para Setembro, a expectativa é que a novela da Petrobras termine e que a bolsa fique livre para voar até o final do ano mesmo com uma possível infeliz vitoria da Dilma no 1º turno.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As três peneiras

Um amigo me mandou hoje por e-mail dizendo que é antiga, mas sempre vale relembrar. Concordo!

Um rapaz procurou Sócrates, o filósofo grego, e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.
Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? - indagou o rapaz.
- Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates:
- Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar.
Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fundos Imobiliarios

Há algum tempo tenho acompanhado o mercado de fundos imobiliários. Com o crescimento do setor de construção civil e a necessidade de fontes alternativas de financiamento, os fundos imobiliários tem se expandido a passos largos.

Além da clara vantagem tributaria para as pessoas físicas que são isentas do Imposto de Renda e de uma rentabilidade próximo dos títulos de renda fixa do governo, os fundos imobiliários tem se mostrado uma boa alternativa de investimentos para aqueles que buscam diversificação.

Mas será que vale a pena para os pequenos investidores ? Aqueles com 10 ou 15 mil para aplicar? Tenho minhas dúvidas.

Devemos considerar os riscos de inadimplência de algum locador ou em alguns casos a concentração em apenas um imóvel. Imagina se o locador quebra durante o contrato de aluguel. Como fica o fundo? Os administradores tentarão executar as garantias. Mas...

Vale uma reflexão para aqueles que querem ganhos rápidos. Para aqueles com uma visão de longo prazo, 5 a 10 anos, que querem certa proteção contra a inflação (os contratos de aluguem são reajustados pelo IGP-M ou IPCA) e aceitam correr algum risco, parece fazer sentido colocar parte de seu capital. Uns 10% ou 20% me parece razoável. Considerando que as ofertas atuais exigem um mínimo de R$ 5 mil, os fundos imobiliários parecem uma alternativa interessante para aqueles com capital acima de R$ 50 mil.

Caso tenha interesse em investir ou se informar melhor, o site da corretora Gradual tem um bom conteúdo sobre o tema, além de divulgar as atuais ofertas: RB Capital Fundo Imobiliario FII e o Mais Shopping Largo 13.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Buffet, clubes e sociedades


O livro A bola de Neve, de Alice Schroeder, sobre Warren Buffet é inspirador para aqueles que assim como eu acreditam nos clubes de investimentos e nas sociedades como forma de garantir riqueza e independência financeira.

Abaixo segue dois trechos, retirados de momentos diferentes do livro e da trajetória de Buffet:

"O valor contábil por ação da Berkshire Hathaway tinha crescido mais de 23% ao ano durante 23 anos! O primeiro grupo de sócios de Buffet tinha colhido 1,1 milhão de dólares por cada mil dólares investidos na sociedade!" (pag. 554, Rubicão, 1982-1987)

"Buffet tinha então um patrimônio de 4,4 bilhões de dólares. As ações da Susie, sozinhas, valiam 500 milhões de dólares. Seus parceiros originais tinham então 3,5 milhões de dólares para cada mil dólares aplicados em 1957." (pag 638, A Loteria, 1991-1995)

Nosso clube completou 1 ano em Junho. Como estaremos daqui a 20?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Psicologia do mercado

Bem didático. Olhando retrospectivamente, você se identifica?

BOVESPA: liquidação de inverno

Os mercados reagiram negativamente após a reunião do FED e os dados economicos dos EUA e China. Como eu estava viajando, no calor israelense, achei que houvesse perdido as oportunidades de compras do inverno tropical. Parece que não!

O IBOV perdeu mais de 2%, seguindo as bolsas mundiais. Em um dia de bons resultados, fui às compras para aproveitar a liquidação de inverno, que pode durar pouco. Restabeleci a posição do clube em Cremer (CREM3), embora com vontade de comprar mais e aproveitei para comprar o banco Indusval (IDVL4).

Como um banco consegue ter valor de mercado inferior ao seu patrimonio líquido no Brasil? Miopia total com a baixa cobertura dos analistas e longe dos holofotes da imprensa. Com um caixa confortavel, politicas conservadoras de credito e provisão e foco no middle market, o Indusval tem tudo para crescer a partir deste semestre. O pessoal precisa ser bem ruim para não conseguir crescer mais que os grandes ou a média de mercado. O que não me parece ser o caso. Logo: compra para Indusval.

domingo, 1 de agosto de 2010

Israel

Após 1 mês em Israel, pousei hoje em Guarulhos, com muita saudade da comida, da bebida, de São Paulo e do Brasil.

A viagem foi sensacional. Israel é um daqueles locais que todos deveriam visitar um dia.

As sensações do mar morto e dos 47º graus ao meia dia ainda estão fortes em minha mente (pode ser também por causa das 6 horas de diferença de fuso horario).

Ontem, após escalar Masada as 5 da manhã e ver o sol nascer, finalizamos a viagem aproveitando as piscinas do hotel e as aguas salgadas do dead sea.


Ao fundo, o mar morto refletindo os raios do sol nascendo entre as montanhas da Jordania.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Riscos Atuais


A imagem abaixo ilustra nossas preocupações atuais versus os riscos a que estamos expostos diariamente. Estamos nos preocupando com as coisas corretas?




http://www.imaginativeamerica.com/category/data-visualization/




segunda-feira, 21 de junho de 2010

Álbum da Copa

Este fim de semana consegui completar meu album da Copa. Fui visitar meus pais em Campinas e aproveitei para ir ao centro trocar as ultimas duas figurinhas que faltavam: 430 e 440, duas do Paraguai.

Para alguns, o album é uma besteira. Desperdício de dinheiro e de tempo. Brincadeira de criança rica ou de adulto sem nada para fazer. Particularmente, vejo totalmente diferente. Para nós adultos, é um passa-tempo, um hobby. Uma forma de se envolver ainda mais com a Copa, analisando os times, vendo quem são os jogadores. Além disto, permite a confraternização. Quantas pessoas eu conheci dentro e fora da empresa trocando figurinhas. Era muito engraçado e divertido ver alguns gerentes e diretores parando nas mesas para trocar figurinhas. As planilhas de excel pra lá e prá cá com as listas de repetidas e as que faltavam. Sob o meu ponto de vista, vale os pouco mais de R$ 100 gastos. Fora que é um trofeu, para guardar e mostrar para os filhos. Já tenho dois, 2006 e 2010.

Para as crianças, além da diversão é uma excelente forma de educação. Colecionando figurinhas, podem aprender o valor do dinheiro, da oferta e da demanda por determinados jogadores ou simbolos (as prateadas). Aprendem como se relacionar em busca do que querem (trocando as repetidas) e os pais podem passar ainda alguns valores eticos e morais como não explorar os amigos trocando N por uma, por exemplo.

Olhando sob o ponto de vista da educação infantil, duas situações dentre outras me chamaram a atenção. A mais recente foi no domingo em Campinas. Havia um adulto que tinha centenas de figurinhas na praça e estava "trabalhando" nas trocas. Eram no minimo duas figurinhas para cada uma. Eu, particularmente, não troquei nenhuma com ele, embora tenha acessado outro senhor mais tarde quando faltavam apenas 3 figurinhas para o album da minha prima. Em um determinado momento, uma criança estava passando a lista para ele e selecionou 24 figurinhas. Então ele disse: "Bem, eu tenho 24 das que voce precisa, então você precisa me dar 48". Imediatamente o garoto comentou a contar suas repetidas e o pai interveio: "Filho, você quer mesmo fazer esta troca? Você quer dar 48 figurinhas suas em troca de 24? Você acha justo isto? Olha quanta gente trocando 1 X 1 ou apenas ajudando outras pessoas". Então o filho disse que não queria mais trocar e pai e filho foram em busca de outras pessoas.

Em outra situação ilustrativa, conheci um garoto de 11 anos que tendo melhores condições financeiras que a média, completou seu album rapidamente investindo uma soma consideravel de dinheiro. Acabou com centenas de figurinhas repetidas. O que ele fez? Foi para a escola e começou a negociar as figurinhas de acordo com a demanda dos amigos e colegas. Arrecadou por volta de R$ 200 na negociação. Depois ele gastou este dinheiro como? Ele doou o dinheiro para uma instituição de caridade.

Álbum agora, daqui a 4 anos, Copa do Mundo no Brasil. Completarei meu terceiro album seguido, sem precisar recorrer diretamente a Panini.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Maio: Pacotes Europeus

31 de Maio 2010

Relatório Mensal do Clube de Investimento

Maio: pacotes europeus

No relatório de abril, comecei falando que achava pouco provável que não fosse costurado um plano de resgate a Grécia. Logo no começo de maio, a Europa anunciou um plano de socorro ao país heleno superior a 100 bilhões de euros. Tal plano não foi suficiente para acalmar os mercados, apenas salvou a Grécia do caos econômico, embora a sociedade tenha ido às ruas para protestar das contrapartidas. Com os mercados ainda em pânico e a aversão ao risco subindo rapidamente, a comunidade européia surpreendeu o mercado e anunciou um plano de 750 bilhões de euros para garantir a liquidez e solvência dos governos e bancos dos países europeus. Foi uma demonstração de ação por parte de uma Europa sempre lenta em tomar decisões.

O mercado reagiu imediatamente. No Brasil o dólar tinha alcançado a nada desprezível cotação de 1,89 e caiu bruscamente até 1,77. O euro que apresentava uma tendência de baixa suspirou, ainda que por 1 dia. Mas, digerida a surpresa inicial, os agentes voltaram a desconfiar da Europa, dadas as severas restrições fiscais que um plano deste montante teria como contrapartida. A recuperação será lenta e o crescimento baixo por alguns anos.

Novamente a aversão ao risco explodiu e o dólar bateu no 1,89. A cotação euro/dólar atingiu mínimas recentes por volta de 1,20. As bolsas por todo o mundo foram castigadas. Por aqui, no pior momento, 20 de maio, o IBOVESPA fechou aos 59.684 pontos. Vale ressaltar que em um mês com tantas turbulências, até problemas operacionais afetaram as bolsas. Supostas ordem erradas afundaram a bolsa americana e acionaram uma series de stop loss, potencializando perdas em todos os mercados. O saldo: pior mês para as bolsas no ano e euro muito fraco.

No Brasil, o mês foi carregado de resultados corporativos e indicadores econômicos. Os bons resultados foram ignorados frente a uma situação de quase caos pelo mundo. A bolsa fechou em -6,64% (em abril -4,04). As empresas de commodities foram duramente penalizadas com as vendas generalizadas dos investidores estrangeiros. Sofreram menos, mas sofreram, as ações de empresas voltadas para o consumo interno ou com baixa presença de estrangeiros. Importante enfatizar que os fundamentos da economia brasileira seguem inalterados. A expectativa de crescimento para este ano segue acima dos 6% e a confiança dos consumidores e das empresas continua alta.

Neste cenário de baixa da bolsa, podemos comemorar o resultado do nosso clube no mês, apenas -1,91%. Nos piores momentos do mês, vários cotistas fizeram aportes que elevaram o patrimônio do clube em 25%. Com isto, conseguimos comprar algumas ações com preços bastante atrativos. Em uma possível recuperação da bolsa no curto prazo, deveremos ser beneficiados com a estratégia adotada em maio. Nos momentos de pânico, quando todos estão saindo, é hora de entrar.

No começo do mês, MPX atingiu o target de venda. Em menos de duas semanas conseguimos resultado superior a 5%. Por outro lado, aproveitamos para comprar BVMF3 abaixo dos R$ 11. Os planos internacionais ambiciosos da bolsa brasileira somado ao potencial do mercado interno dão confiança de que a Bolsa Bovespa de Mercadorias e Futuros será um case de sucesso nos próximos anos.

Com as pesadas vendas dos estrangeiros, CSN e OGX sofreram bastante. Aproveitamos para aumentar nossa posição nas duas companhias, com destaque para CSN. Bem posicionada em siderurgia e mineração, a empresa está pronta para investir e aproveitar o bom momento da economia brasileira, além de capturar a elevação do preço do minério de ferro. Já OGX continuará bastante volátil movida pelos fatos relevantes derivados das diversas perfurações que serão realizadas no ano.

Aproveitamos os preços atrativos para aumentar a posição em BISA3. Os resultados vieram em linha e a venda do projeto da Faria Lima foi um bom trigger para as ações no final do mês. A estratégia será ao longo de junho diversificar nossa posição em construção civil, reduzindo um pouco a exposição em BISA e indo para EZTEC ou MILS.

Cremer teve um comportamento parecido com BISA, ao cair no intra-mês e fechar bem próximo ao valor de final de abril. Só não aumentamos nossa posição em Cremer durante o mês, pois os aportes não foram suficientes para comprarmos tudo o que queríamos. Em momentos de baixa sempre há mais oportunidades do que dinheiro.

O desempenho de General Shopping na bolsa segue decepcionante. Ainda que os resultados não tenham sido dos melhores, não vejo justificativas para uma queda de quase 15% no mês, exceto em virtude da reduzida liquidez. Continuo otimista com o setor de shopping centers e com a Companhia.

Durante o mês, recebemos dividendos de CREM3, BISA3 e BVMF3. Para junho temos provisionado o recebimento de dividendos de CSNA3.

No final do mês, nosso portfólio fechou da seguinte forma: BISA3 com 26,5%; CSNA3 com 23,7%; OGXP3 com 15,8%; CREM3 com 15,6%, BVMF3 com 10,3%; GSHP3 com 6,1% e 1,7% em caixa.

Durante o mês, tive a oportunidade de ler o livro O Cisne Negro, de Nassim Nicholas Taleb, que recomendo a TODOS, principalmente aqueles envolvidos de alguma forma com o mercado financeiro. Devemos ser cuidados com as previsões e aumentarmos nossas exposições aos cisnes negros positivos.

Em Junho, espero completarmos nosso primeiro ano com um resultado positivo. Em algum momento, os fundamentos da economia brasileira prevalecerão.

domingo, 23 de maio de 2010

Livro: Cisne Negro (Leitura Obrigatória)

Este fim de semana terminei de ler o livro de Nassim Nicholas Taleb, the Black Swan ou na tradução brasileira a lógica do Cisne Negro.

É um dos melhores livros que eu já li, senão o melhor. Sabe aqueles textos que te fazem refletir profundamente e te levam a quebrar paradigmas? São poucos os que conseguem tal façanha. Este livro é um deles.

O Cisne Negro é um evento raro, imprevisivel, altamente improvável, mas que acontece o tempo todo. Imaginem a seguinte situação: um peru é alimentando durante 1000 dias seguidos regularmente. Isto levaria o peru a pensar que o próximo dia seria igualmente feliz. De repente, a morte.

Nassim Nicholas Taleb (NNT) discute temas espinhosos, como a utilização da curva em formato de sino (ou gaussiana ou distribuição normal) em situações cotidianas. Para eles, a curva faz sentido em algumas situações como a altura das pessoas por exemplo, mas não pode ser usada para gerenciamento de risco ou para assuntos do mercado financeiro. A renda pode ser representada de forma gaussiana? De forma alguma. Ele discute que deveriamos utilizar ferramentas mais poderosas, que tratem as probabilidades de forma diferente, tais como a lei de potencia, os fractais ou a teoria manldebrotiana (Benoit Mandelbrot). São tantas informações e tanto para apresentar, que confesso, não sou capaz (ainda). Abaixo a distribuição normal, para que não conhece ou não lembra.



Sobre os assuntos acima, destaco dois trechos do capitulo XV:

"Esqueça tudo que aprendeu na faculdade sobre estatística ou sobre a a teoria da probabilidade. Se você nunca estudou esses tópicos, melhor ainda. Comecemos bem do princípio".

"Existem outras idéias que possuem pouca ou nenhuma importância fora da curva na forma de sino gaussiana: correlação e, pior ainda, regressão. Mas elas estão profundamente incrustadas em nossos métodos: é dificil ter uma conversa de negócios sem ouvir a palavra correlação."

Isto é a mais pura verdade. O meu dia a dia é basicamente isto. Gerenciamento de riscos. Curva gaussiana, correlação entre ativos e por aí vai. Chega a noite, vou para o curso na BM&F e mais estatistica. Obviamente, tudo faz sentido, embora eu sempre questione se isto funciona mesmo na vida real. A resposta é simples: não funciona. É uma simplificação bonita, mas que não serve na prática. De qualquer modo, NNT nos responde por que deveriamos continuar estudando isto:

"Minha técnica, em vez de estudar os modelos possíveis que gerem uma aleatoriedade que não se enquadre na curva na forma de sino, cometendo assim os mesmos erros de teorização cega, é fazer o contrário: conhecer a curva na forma de sino o mais intimamente que puder e identificar onde ela se sustenta e onde não. Eu sei onde fica o Mediocristão. Para mim, com frequencia (nada dissto, quase sempre), são os usuários da curva na forma de sino que não a compreendem bem e precisam justificá-la, não o contrário."

NNT apresenta argumentos fortissimos da impossibilidade de se prever o futuro (o que é obvio, não para a maioria das pessoas e nem para nós, economistas).

"Resumirei aqui meu argumento: fazer previsões exige conhecimento sobre tecnologias que serão descobertas no futuro. Mas tal conhecimento iria permitir quase automaticamente que começássemos a desenvolver essas tecnologias imediatamente. Portanto, não sabemos o que saberemos." Simple as that.

"Por que damos ouvidos a especialistas e às suas previsões? Uma possível explicação seria que a sociedade repousa na especialização, que é efetivamente a divisão do conhecimento. Você não estuda medicina no instante em que depara com um grande problema de saúde; é menos desgastante (e certamente mais seguro) consultar alguém que já tenha feito isso. Médicos dão ouvidos a mecânicos de automóveis (não em questões de saúde, mas somente no que diz respeito a problemas com seus carros); mecânicos de automóveis dão ouvidos a médicos. Temos uma tendência natural a dor ouvidos ao especialista, mesmo em campos onde é possível que não haja especialistas."

Para finalizar estes breves comentários, cito alguns "conselhos" apresentados por NNT:

Seja tolo nos lugares certos

"O que você deveria evitar é a dependência desnecessária de predições prejudiciais de grande escala - e apenas essas predições. Evite os grandes assuntos que podem prejudicar seu futuro> seja enganado em questões pequenas, e não nas grandes. Não dê ouvidos a previsores econômicos ou a previsores nas ciências sociais (eles são meros fornecedores de entretenimento), mas faça sua previsão para o piquenique. Não deixe de exigir certeza para o próximo piquenique - mas evite previsões governamentais sobre a assistência social para 2040.

"Ninguém sabe nada"

Abaixo apenas cito alguns truques modestos apresentados por Nassim.

a. Primeiro, faça uma distinção entre contingências positivas e negativas.
b. Não procure pelo preciso nem pelo local.
c. Agarre qualquer oportunidade ou qualquer coisa que se pareça com uma oportunidade. Aqui vale um comentário adicional: "discussões casuais e ao acaso em coquetéis costumam levar a grandes conquistas - e não correspondências secas nem conversas telefônicas. Vá a festas!"

d. Cuidado com planos precisos feitos por governos.
e. Não perca tempo tentando lutar contra previsores, analistas de ações, economistas e cientistas sociais, exceto para pregar peças neles."

Enfim, pretendo reler este livro novamente este ano (não me recordo a última vez que fiz isto). Como não consegui expor tudo que queria, recomendo a leitura deste livro. Se quiserem discutir após a leitura, podemos marcar um Happy Hour aqui em sampa. rs.

Caso queira comprar o livro agora, CLIQUE AQUI.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Euro e Libra

Trabalhando com gestão de hedge de moedas diariamente, não dá para deixar passar em branco o momento atual. "Nunca antes na história deste país", a libra esteve em um patamar tão baixo. A cotação libra / real está em R$ 2,60. Sim, não está errado. Não é a cotação do dólar, nem do euro, mas sim da libra.

Os ingleses que visitam o Brasil estão "abismados" com os preços. Os brasileiros no Reino Unido acham tudo "barato". Apenas para lembrar que a cotação seguiu entre os R$ 4 e R$ 5 por um bom tempo. Triste devem estar os brasileiros trabalhando na Inglaterra com as contas cheias de libras.

A cotação euro / real não está muito diferente.: R$ 2,20. É isto mesmo. Este valor parece a cotação do dólar no ano passado. Aos europeus trabalhando no Brasil, minha recomendação é vender reais e comprar euros, transferindo um pouco da riqueza para a Europa. Aos brasileiros, vamos aproveitar para explorar o velho continente.

Mas Bruno, você vem recomendando a compra de euro desde os R$ 2,60. Por que não esperar mais? Justamente por isto. Se a R$ 2,60 o euro parece barato, imagina aos R$ 2,20. Mas não pode cair mais? Sim, pode. A situação na Europa e na Inglaterra continuam criticas.

Como ninguém tem bola de cristal, a estratégia é ir comprando aos poucos, aproveitando a continua desvalorização do euro e da libra. Até quando isto vai persistir? Sinceramente, não sei, mas enquanto isto perdurar vamos aproveitar. A história mostra que os movimentos de moedas são rápidos e fortes. Melhor estarmos sempre preparados. "Deus salve a rainha!"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Abril: tragédia grega

30 de Abril 2010

Relatório Mensal do Clube de Investimento

Abril: tragédia grega

Neste mês vamos começar falando de Grécia. Depois de séculos relegada ao segundo plano, em 2010 ela volta às manchetes, ainda que negativamente. A farra fiscal que viveu a Grécia desde a entrada no euro parece ter chegado ao fim. Os mercados passaram a cobrar prêmios absurdos do país heleno. As taxas de dois anos superaram os 20%. Os CDS explodiram. O país sucumbiu e pediu ajuda aos outros membros da comunidade européia e ao FMI. Embora a Alemanha continue reticente, acho pouco provável que não seja costurado um plano disponibilizando bilhões de euros à Grécia, exceto se Alemanha e França quiserem ver o fim da União Européia.

Com todas estas preocupações, as bolsas caíram e o euro atingiu a mínima do ano na casa do 1,31. Ainda que nos EUA não tenhamos visto noticias relevantes, exceto um casinho do Goldman aqui, manutenção dos juros ali, a Europa pesou e os mercados acionários em todo mundo foram prejudicados.

A Bolsa brasileira fechou em -4,04% no mês, influenciada, sobretudo, pelas ações ligadas a commodities como Vale, Petrobras e as siderúrgicas. Isto significa uma mudança de tendência para a bolsa no ano? Não acredito. O mercado consumidor interno segue MUITO FORTE. Tão forte que o BC usou esta desculpa para elevar a SELIC em 0,75% para 9,5% ao ano (quando na verdade não resistiu às pressões do mercado).

O ambiente é tão incrível no país que nos seminários, reuniões, palestras e em conversas de bares, não há uma pessoa sequer que duvide que o Brasil seja uma aposta certa até as Olimpíadas. E depois? Bem, se o país não investir nas PESSOAS, não conseguiremos manter nosso crescimento. HOJE, já há uma falta de profissionais qualificados. O mercado de trabalho está pujante e as empresas não estão conseguindo contratar.

No nosso mundinho, enquanto a bolsa despencou, nosso desempenho foi excelente. Tivemos um desempenho positivo de 3,35%. Destaques para OGX, Tractebel e Cremer.

Depois de um começo de ano desanimador, OGX deu uma arrancada no mês de abril. Conforme comentários em relatórios anteriores, aproveitamos a volatilidade da ação para vender nossa posição perto da máxima intra-mês e recomprar a mesma quantidade R$ 1 mais baixo (ou 5,4% melhor). A idéia é continuar aproveitando a volatilidade da ação para ganhos de curto prazo, mas mantendo uma posição em torno de 20% da carteira até o final do mês.

Com Tractebel, aconteceu algo semelhante. O papel deu uma arrancada no mês e aproveitamos este fato para realizar lucros vendendo a posição. Como MPX foi castigada durante o mês, utilizamos a venda de TBLE3 para entrar no papel com o objetivo de lucro no curtíssimo prazo. Os primeiros dias surpreenderam positivamente.

Além destas, por mais um mês seguido, CREMER foi motivo de alegria. Com uma alta previsibilidade de fluxo caixa, baixos investimentos e sentada no dinheiro, é comprar o papel, sentar e sorrir.

De lado, ficaram BISA3 e GSHP3. Ainda estou bastante otimista com o setor de construção e shopping Center. Os resultados que serão anunciados em maio devem continuar surpreendendo.

Por fim, em março CSN havia entrado no radar e em abril montamos uma pequena posição no papel. Bem posicionada como mineradora e siderúrgica, a empresa deve se beneficiar do forte crescimento da economia brasileira nos próximos anos. Soma-se a isto a possibilidade de IPO da mina Casa de Pedra.

No final do mês, nosso portfólio fechou da seguinte forma: BISA3 com 21%; CREM3 com 20%, OGXP3 com 19%; CSNA3 com 17%; MPXE3 com 12%; GSHP3 com 9% e 2% em caixa.

Para Maio, a expectativa é que a bolsa suba com os bons resultados que serão anunciados pelas empresas brasileiras ainda que a Europa continue segurando o IBOVESPA em torno dos 70 mil pontos. Atenção especial para a novata MILS3, diretamente exposta às obras de infra-estrutura e construção civil.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Perspectivas da Economia Brasileira

Hoje pela manhã participei de um seminário organizado pela consultoria Tendências sobre as perspectivas da Economia Brasileira.

Participaram do seminário renomados economistas e cientistas políticos. Mailson da Nóbrega abriu o seminário. Em seguida, conduziu um debate sobre o cenário político e as eleições presidenciais entre os cientistas políticos Carlos Melo e Lúcia Hippolito. Show à parte da Lúcia.

No segundo painel, Gustavo Loyola conduziu um debate sobre cenário econômico entre os professores da PUC-Rio Rogério Werneck e José Márcio Camargo. Por fim, Marcelo Odebrecht encerrou o seminário apresentando sua visão sobre as oportunidades e riscos de investir no Brasil.

No primeiro painel, chamou a atenção a discussão sobre a(s) prioridade(s) para o próximo governo. O destaque ficou com a reforma tributária e fiscal. Embora o Brasil tenha avançado institucionalmente, nosso sistema tributário se mostrará no futuro próximo como o principal entrave ao nosso crescimento.

No segundo painel, o professor Rogério mostrou-se preocupado com a questão fiscal. Embora, agora, aos olhos do mundo o Brasil apresente uma situação fiscal confortável (haja vista a situação fiscal dos EUA, Europa e Japão), a tendência fiscal das contas públicas indica graves problemas à frente. As manobras contábeis tentam camuflar o aumento do endividamento bruto e a relação entre Tesouro e BNDES causa desconforto. Loyola brincou, "A dupla Pelé e Coutinho funcionou bem no passado. Já a dupla atual Meirelles e Coutinho parece não funcionar muito bem." Particularmente, espero que o próximo governo mostre mais austeridade fiscal.

Já o professor José Márcio comentou sobre o novo ciclo de investimentos para a economia brasileira. No passado, o Brasil sempre cresceu focando investimento em capital físico. Daqui para frente, se quisermos ter um crescimento sustentável, precisaremos investir em capital humano e P&D. Investir nas PESSOAS.

O nível de poupança no Brasil é baixo, consequentemente o investimento também. O principal problema está na poupança do governo que é negativa. A poupança privada não consegue sustentar o investimento sozinho. O Governo precisa parar de gastar. E o momento é agora (já passou da hora, na verdade). O professor falou algo óbvio, mas que precisa ser repetido constantemente: o Brasil precisa investir nas pessoas. EDUCAÇÃO. Embora a população em geral acredite que a educação e formação sejam essenciais, nunca nenhum presidente ganhou uma eleição com um programa pautado em educação (me recordo do pobre Cristovam Buarque).

Fechando com chave de ouro, Marcelo Odebrecht apresentou a visão do empresário sobre o Brasil: "Brasil até as olimpíadas Rio 2016 é aposta certa". E enfatizou os mesmos problemas apontados nos outros debates: necessidade de infra-estrutura (logística e mobilidade urbana) e PESSOAS. Ele disse que está impressionado (e preocupado) com a falta de profissionais qualificados no mercado. Ele disse que o bom profissional hoje nem precisa enviar currículo, já está contratado. O grupo ODEBRECHT já sente a falta de engenheiros. Imaginem nos próximos anos. Comentou que o grupo tem investido nas pessoas, não por filantropia, mas por necessidade.

No último slide enfatizou novamente que as empresas precisam investir nas pessoas, sem as quais o Brasil não conseguirá continuar crescendo "pós-Olímpiadas". Pessoalmente, acredito que as empresas brasileiras estão sentindo na pele a necessidade de investirem na qualificação das pessoas frente a internacionalização que muitas estão vivenciando.

Será que agora o país dará a devida atenção às pessoas? Enquanto isto, cabe a cada um de nós investir em nossa própria formação e educação. Este é o melhor investimento que podemos fazer.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tempo, Poupança e Homebroker


Após a aula de spinning e voltando para casa, comecei a refletir sobre como perdemos tempo. Como já tinha decidido falar sobre poupança e homebroker hoje pela manhã, resolvi incluir uma breve reflexão sobre a perda de tempo em São Paulo. E antes que comecem a se perguntar se os assuntos tem alguma interligação, respondo: não tem. Apenas resolvi falar um pouco sobre os três em um mesmo texto.

É impressionante como perdemos tempo em São Paulo com coisas banais. Mesmo considerando que sou um certo privilegiado por morar perto do trabalho, poder correr na USP e Villa Lobos com facilidade e ter academia localizada próximo, há dias em São Paulo que a movimentação é dificil ou os serviços prestados nos tomam tempo. Como estava chovendo, deixei a moto em casa e fui trabalhar de carro (como a semana toda, alias). No final da tarde, mesmo saindo às 19h do trabalho, demorei 30 minutos para chegar na academia. Em geral, levo 5. Fiz minha aula de spinning e fui para o estacionamento da academia (pago durante à noite) para pegar meu carro. Esperei 15 minutos porque havia uma fila de pessoas esperando e os manobristas não estavam dando conta. Nestas horas que dá aquela vontade de morar em cidades do interior, menores e sem situações como esta.

Bem, agora falando da poupança. Embora com captação baixa em março, a poupança recebeu mais de 4 bilhões de reais durante o primeiro trimestre deste ano, batendo o recorde da serie historica iniciada em 1997. Quais as conclusões que tiramos disto? Basicamente três: a renda da população tem aumentando, pessoas estão conseguindo poupar alguma coisa e este pouco que conseguem guardar colocam na poupança ou por facilidade ou por desconhecimento. Mas Bruno, não tem gente rica que coloca dinheiro na poupança? Sim, é verdade, mas há uma multidao de brasileiros que coloca valores absolutos baixos na poupança. É aquela primeira nota de R$ 50 (ainda me lembro quando abri minha poupança quando pequeno) guardada com carinho. É sempre uma boa noticia ver a poupança das familias aumentando. Aliás, peço desculpas àqueles que me enviaram perguntas (em geral sobre CDBs e poupança) e não respondi. Prometo colocar em dia as mais de 20 mensagens atrasadas em minha caixa postal.

Pulando para o home broker agora. As transações no home broker (sistema de negociação de ações via internet) bateu recorde em março atingindo 6,269 milhões. Outra boa notícia, embora o numero de contas tenha reduzido no mês. Contente mesmo vou estar quando ultrapassarmos o milhão de investidores (557,936 em Março). Melhor ainda será se estes investidores tiverem consciencia de que a bolsa não é um cassino e estiverem visando médio e longo prazo. Estou sendo ingenuo? De qualquer forma é COMPRA para BVMF3 (código da ação da bolsa). Quando (e se) voltar para os R$ 11, vou encarteirar alguns lotes no clube de investimento.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Março: frustrante

31 de Março 2010

Relatório Mensal do Clube de Investimento

Março: frustrante

O índice BOVESPA terminou o mês de março aos 70.371 pontos, subindo 5,82%. Em contrapartida, nossa carteira apresentou desvalorização de 1,27%. Frustrante foi o desempenho do nosso portfólio. Em situações como esta em que o mercado anda de lado, algumas ações se saem melhor que outras. As nossas apresentaram desempenho pior.

Começando pelo front externo, vimos discursos de Alemanha e França em favor da Grécia. Discursos que de uma forma ou de outra acalmaram um pouco o mercado. Aparentemente, a Grécia conseguirá financiar suas dividas de curto prazo através de emissões de novos de títulos ainda que tenham que pagar um prêmio por isto. Do lado das moedas, euro e libra mostraram alguma reação no final do mês após atingirem importantes suportes em 1,33 e 1,48 contra o dólar no intra-mês.

Nos EUA, o FED manteve inalterada a taxa de juros. Destaque para a manutenção do discurso de que os juros serão mantidos baixos por um longo período (“extend period”). Ben Bernanke continua mostrando preocupação com o mercado de trabalho. É provável que vejamos alguma melhoria no mês de abril, mas mudanças significativas apenas no segundo semestre.

Conclusão: veremos as moedas européias bastante pressionadas ainda, com o euro e a libra podendo romper importantes barreiras históricas contra o real e mesmo contra o dólar. Continuo recomendando a compra destas moedas para quem pretende viajar.

No Brasil, tivemos eventos significativos durante o mês. O forte desempenho do mercado acionário no mês foi puxado, sobretudo, pela VALE e outras mineradoras, após o anuncio da intenção por parte da VALE de reajuste de mais de 100% no preço do minério de ferro. Além disto, a temporada de balanços no Brasil terminou com as companhias apresentando bons resultados em 2009 indicando que de fato a crise ficou para trás e daqui para frente a tendência é de melhora. Contudo, entretanto, todavia, o mercado sinalizou que não esta comprando qualquer coisa assim como no passado. O inicio da negociação das ações da OSX (estaleiro do Eike) foi pífio. Além de reduzirem o volume e preço da oferta, as ações desvalorizaram mais de 10% logo na estréia. Bom sinal de maturidade para a bolsa.

Por fim, o Comitê de Política Monetária (COPOM) manteve inalterada a SELIC, taxa de juros, em 8,75%. Não fomos surpreendidos com tal medida conforme call no relatório de fevereiro, entretanto alguns agentes do mercado ficaram “indignados” com a passividade do comitê. Que pese a pressão inflacionária no curto prazo e a expectativa para o IPCA em 2010 acima da meta, no meu entender a decisão foi acertada. Pendente está apenas a decisão do Meirelles de permanecer ou não no cargo. Tudo dependerá da vontade do Lula, Meirelles está vendido nesta historia.

Em nossa carteira, BISA3, GSHP3 e TBLE3 apresentaram desempenhos negativos, mesmo com os bons resultados corporativos. Aparentemente, algo pontual, sem tendência. Aproveitamos queda adicional em BISA3 para aumentarmos posição. Tal estratégia segue o descrito no call anterior aproveitando a volatilidade de curto prazo.

OGX se recuperou um pouco no mês, mas foi insuficiente para recuperar as perdas de janeiro e fevereiro. O mercado parece um pouco cético quanto aos bons resultados das perfurações anunciadas quase que semanalmente. Além disto, o IPO da OSX afetou negativamente a OGX.

Por sua vez, Cremer nos deu alegria. Os bons resultados anunciados começam a chamar a atenção do mercado e o reflexo foi uma valorização de mais de 13% no mês. Esta empresa ainda vai nos trazer muita felicidade.

Vale um último comentário sobre General Shopping: estive no final do mês no Outlet Premium na Rodovia Bandeirantes e fiquei impressionado com o numero de pessoas. Nada como sentir na pele o que pode impactar (positivamente neste caso) nossas ações.

Nosso portfólio fechou o mês da seguinte forma: BISA3 com 26,46%; CREM3 com 22,67%, OGXP3 com 22,14%; TBLE3 com 13,29%; GSHP3 com 11,56% e 3,88% em caixa.

Para Abril, a expectativa é que a bolsa rompa a barreira dos 70 mil e siga em alta rumo ao topo histórico. Em março perdemos uma boa oportunidade de nos posicionarmos em CIEL3 após a entrada pesada da Geração Futuro, mas continuamos de olho. No lado das commodities, CSN entrou no radar.

domingo, 28 de março de 2010

Investindo em Opções

Neste fim de semana li um livro muito bom de Maurício Hissa, mais conhecido como Bastter no mercado. Ele consegue, de forma simples, introduzir os conceitos envolvendo opções de ações e, em seguida, aprofundar nas gregas e nas principais estrategias de compra e venda envolvendo as opções de compra (mais líquidas no mercado brasileiro). A principal mensagem que ele quer passar é OPERE PEQUENO! Vale o investimento! Clique AQUI para comprar.


Outro livro que li este mês foi 'Os pecados do capital', do professor americano Robert P. Murphy. O livro apresenta diversos argumentos para convencer o leitor de que mesmo nas coisas que a principio parecem politicamente incorretas dentro do capitalismo, na verdade elas são coisas boas. Para um anti-capitalista, o livro deve ser irritante. Para um capitalista, divertido. Particularmente esperava um pouco mais, algo como o estilo do freakeconomics. Os argumentos do autor são muito superficiais, faltou um pouco mais de profundidade em alguns assuntos. Clique AQUI para comprar.



Por fim, começo agora a leitura do livro 'A bola de neve', biografia autorizada de Warren Buffet. Ainda não posso exprimir uma recomendação sobre o livro, mas os comentários são bastante positivos! Eu aproveitei o valor incrivelmente baixo no submarino de R$ 16,9. Se quiser, clique AQUI.



segunda-feira, 22 de março de 2010

Tudo sobre finanças pessoais

Neste fim de semana, li um artigo muito bom resumindo em 5 cards (site americano, eles são fascinados por cards) tudo o que voce deveria saber sobre finanças pessoais. Tirando uma coisa ali, acrescentando um pouco mais, eu diria que os 5 itens conseguem abranger de forma brilhante o que é necessário saber sobre finanças pessoais. E mais: corrobora a tese de simplicidade.



O texto original pode ser visto no site the simple dollar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Fevereiro: situação fiscal na zona do euro preocupa

28 de Fevereiro 2010

Relatório Mensal do Clube de Investimento

Fevereiro: situação fiscal na zona do euro preocupa

Podemos dizer que no mês de fevereiro a bolsa andou de lado. No primeiro dia do mês fechou com alta de 1,79% aos 66.571 pontos. No dia 26, ultimo do mês, estava em 66.503. No mês, a alta foi de 1,68%. É como se o que importasse fosse apenas o primeiro dia.

A grande discussão do mês foi a situação fiscal na Zona do Euro. O termo cunhado foi PIGS numa analogia a porcos, em inglês. Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha foram apresentados como em situação critica e com alta probabilidade de default. Particularmente, acredito que apenas a Grécia tenha, de fato, uma situação critica. Mas acho pouco provável que a União Européia deixe a Grécia quebrar.

Com estas incertezas, os fundos de hedge acentuaram as apostas contra o euro. A paridade USD / EUR que em dezembro estava em 1,50, fechou fevereiro em 1,35, com forte desvalorização do euro. Além disto, com a fraca recuperação apresentada pelo Reino Unido, os fundos apostaram também contra a libra, pressionando fortemente a moeda britânica. De 1,70, trouxeram a paridade para 1,50. O mercado acredita na possibilidade de uma desvalorização adicional de 20% a 30% da libra. E o dólar segue forte.

Logo, a conclusão seria de que o real deve ter se desvalorizado no mês de fevereiro seguindo a tendência das moedas mundiais. Correto? Errado. O real se apreciou frente ao dólar, e conseqüentemente, frente ao euro e a libra. O real tinha sofrido bastante no mês de janeiro, mas em fevereiro voltou a ganhar força. De 1,87 veio para 1,81. Contra o euro fechou a 2,47 e contra a libra em 2,76, níveis historicamente baixos. Minha sugestão para quem vai viajar é já garantir parte da necessidade destas moedas a estas taxas.

No Brasil, as expectativas seguem otimistas. Alto crescimento da produção industrial, consumo e PIB. Preocupação do lado inflacionário com os dados fechados de janeiro e fevereiro que vieram acima do esperado. Acredito que os fatores sazonais pesaram bastante, mas que isto deve arrefecer a partir deste mês.

Com um mercado dividido entre o inicio do aperto monetário (elevação de juros) entre março e abril, o Banco Central (BC) tratou logo de mandar um recado subindo o compulsório (ou retirando parte dos estímulos concedidos durante a crise). Meu palpite é que os juros subam a partir de abril ou depois. O BC começará a agir com maior contundência depois do relatório de inflação de março e quando os dados apresentarem um panorama mais claro. Mesmo considerando o ano eleitoral, a mensagem do Meirelles, presidente do BC foi clara: O BC age de forma puramente técnica, desconsiderando o “calendário cívico”. Acredite quem quiser.

Olhando para o nosso umbigo, nossa carteira apresentou uma performance mensal abaixo do IBOVESPA: 0,71% contra 1,68%. Baixas adicionais em OGX prejudicaram nosso desempenho. Do lado positivo, tivemos Brookfield (BISA3), mas que não foi suficiente para compensar as perdas em OGXP3.

Seguindo a estratégia anunciada em Janeiro, saímos de Brasil Telecom. O baixo respeito ao acionista e a complexa estrutura societária do setor impedem a correta leitura do mercado. Melhor ficamos longe. Conseguimos sair em um bom nível intra mês. Se continuássemos, sofreríamos perdas adicionais superior a 6%. Adiós.

Em substituição, compramos Cremer (CREM3). Indústria bem posicionada no setor de “cuidados com a saúde”, atuando nos segmentos hospitalares, consultórios e varejo. Alta distribuição de dividendos (6% ao ano) e com grandes possibilidades de crescimento dada a realidade brasileira de envelhecimento da população.

Tractebel (TBLE3) e General Shopping (GSHP3) praticamente não se mexeram. Mesmo com o bom resultado divulgado pela primeira, os papeis fecharam o mês com uma ligeira alta. Em General Shopping espero resultados positivos para o ano, com o shopping Outlet Premium na Rodovia Bandeirantes superando as expectativas. “Superar as expectativas” é sempre um bom driver de alta.

Com os aportes realizados no mês e as alterações na carteira, nosso portfólio fechou o mês da seguinte forma: BISA3 com 23,79%; OGXP3 com 20,68%; CREM3 com 19,67%; TBLE3 com 13,59%; GSHP3 com 12,89% e 9,38% em caixa.

Para Março, a expectativa é de alta com o fim da divulgação de resultados corporativos no Brasil e um possível plano de ajuda a Grécia (ou no mínimo algum comunicado reconfortante). Com a alta volatilidade de OGXP3 e BISA3, vamos tentar aproveitar alguma oportunidade para trades de curto prazo com estas duas ações. Para o caixa, estamos de olho em BVMF3 (BM&F e BOVESPA) e CIEL3 (Cielo, ex-Visa Net).

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Economistas


Da Revista de Economia do COFECON.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Carnaval

Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta -feira sempre desce o pano

No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança

Chico Buarque

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sem medo do passado

Domingo, 07 de Fevereiro de 2010
Fernando Henrique Cardoso

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas estão o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse: "O Estado sou eu." Lula dirá: "O Brasil sou eu!" Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês...). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo o que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote - o governo do PSDB foi "neoliberal" - e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora, os dados... O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da Lei de Responsabilidade Fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobrás, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões, e junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado. Esqueceu-se dos investimentos do Programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao País. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no País.

Esqueceu-se de que o País pagou um custo alto por anos de "bravata" do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI - com aval de Lula, diga-se - para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo o que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto "neoliberalismo" peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobrás, citado por Adriano Pires no Brasil Econômico de 13/1: "Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobrás produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela."

O outro alvo da distorção petista se refere à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002 houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.

Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram num município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outros 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando numa só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB "não olhou para o social". Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel para a realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa Toda Criança na Escola trouxe para o ensino fundamental quase 100% das crianças de 7 a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996 eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Ócio Criativo



Estou lendo o livro de Domenico de Masi chamado Ócio Criativo. Uma parte me marcou em especial. Transcrevo:

Contudo, a plenitude da atividade humana é alcançada somente quando nela coincidem, se acumulam, se exaltam e se mesclam o trabalho, o estudo e o lazer; isto é, quando nós trabalhamos, aprendemos e nos divertimos, tudo ao mesmo tempo. Por exemplo, é o que acontece comigo quando estou dando aula. E é o que eu chamo de "ócio criativo", uma situação que, segundo eu, se tornará cada vez mais difundida no futuro.

Há um pensamento Zen que expressa com perfeição essa forma de vida, tanto no seu aspecto prático como no seu estado de espírito: "Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu tempo livre, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está trabalhando ou se divertindo. Ele acredita que está sempre fazendo as duas coisas ao mesmo tempo.

Otimismo segue em alta

Corroborando a tese de que 2010 é um dos anos mais otimistas da historia recente deste país, a Confederação Nacional da Indústria divulgou o Indice de Confiança do Empresário de janeiro como sendo o maior da serie histórica (desde 1999).

Gosto de indicadores como este pois refletem o lado psicologico dos agentes. Suas expectativas em relação ao futuro sção um excelente termometro do por vir.

Otimismo do empresário da indústria é o maior dos últimos 11 anos, diz CNI

Por: Equipe InfoMoney
26/01/10 - 12h27
InfoMoney

SÃO PAULO - O otimismo do empresário industrial em janeiro é o maior da série histórica, iniciada em 1999. O Icei (Índice de Confiança do Empresário), divulgado nesta terça-feira (26) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), ficou em 68,7 pontos.

Trata-se de um aumento de 2,8 pontos ante o dado anterior e de 21,3 pontos em relação a janeiro do ano passado, quando, atingida pela crise, a confiança do empresário foi para 47,9 pontos.

Na análise por porte da empresa, verifica-se que a alta foi maior nas pequenas empresas, que obtiveram 66,7 pontos (+3,6 pontos ante outubro). Entre as médias, o indicador ficou em 68,7 pontos (+2,8 pontos). Já entre as grandes, o Icei chegou a 70,1 pontos (+2).

Motivação

O indicador subiu puxado principalmente pelo componente que avalia as condições atuais da economia brasileira e da empresa, na comparação com os seis meses anteriores. Esse componente ficou em 62,7 pontos em janeiro, ante 60,5 pontos registrado em outubro. Com o aumento, o índice também atingiu o maior valor de toda a série histórica.

“A avaliação sobre as condições atuais reflete a recuperação recente da economia”, afirmou o gerente executivo da Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca.

O componente do Icei sobre as expectativas dos empresários para os próximos seis meses também aumentou, saindo de 68,7 pontos em outubro para 71,8 pontos neste mês.

A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 22 de janeiro, tendo contado com a participação de 1.431 empresas.
 
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