quinta-feira, 14 de maio de 2009
Governo altera IR, mas não mexe na poupança
O governo ganhou tempo. Este foi o resultado das alterações anunciadas ontem (13/05/2009) introduzindo alíquotas de imposto de renda para aqueles que tenham mais de R$ 50 mil.
Em artigo recente, escrevi que o governo teria três alternativas prováveis: alterar a TR, atrelar o rendimento a SELIC ou uma definição periódica da rentabilidade pelo CMN. O governo escolheu outro caminho e o pior: mexeu no IR. Faltaram coragem e vontade política.
O governo deveria aproveitar o momento para realizar mudanças estruturais no sistema financeiro, alterando as regras de um jogo definidas décadas atrás. Precisamos nos adaptar aos novos tempos, mas o governo prefere deixar para um próximo governo. Um sistema de poupança onde existe uma rentabilidade mínima de 6% ao ano é inadmissível para um país com bons fundamentos macroeconômicos que quer alcançar níveis de desenvolvimento de primeiro mundo. Ao fixar uma rentabilidade mínima, há uma distorção nos incentivos dos agentes econômicos, além de desvios de investimentos.
Entendo a dificuldade em se mexer no único produto financeiro em que a população confia (sem contar o confisco) e entende. Entretanto, poderíamos caminhar rumo a um modelo condizendo com os tempos modernos dentro de um processo de transição de alguns anos.
Mas não. Nosso querido governo preferiu implementar mais algumas regras de IR dentro de já um complexo sistema tributário.
De forma resumida, a partir de 2010 haverá incidência de IR nos rendimentos da poupança para aqueles que tiverem mais de R$ 50 mil em depósitos. Isto representa apenas 1% dos mais de 98 milhões de contas, entretanto quase 40% dos R$ 220 bilhões em depósitos de poupança.
São três as variáveis que definem o calculo de IR: taxa SELIC, valor aplicado e um redutor da base de calculo. Com a SELIC abaixo de 10,5% ao ano inicia-se a cobrança de IR (hoje está em 10,25% mas lembrando que as alterações valem somente a partir do ano que vem). O governo fez um escalonamento da SELIC atrelada a um percentual redutor do IR. O quadro abaixo disponibilizado pela Folha sintetiza bem as alterações ocorridas.
Continuo com minha opinião de que é vantajoso investir na poupança quando se tem até R$ 1000,00 (acima de R$ 500 em alguns casos). Depois disto com certeza é possível conseguir taxas melhores em CDBs. Se tiverem dificuldade em encontrar isto no seu banco, me enviem mensagem dizendo com que banco trabalham que vou ajudá-los a encontrar melhor rendimento.
No próximo artigo vou fazer um comparativo entre tesouro direto, fundos de renda fixa, poupança e CDBs.
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